O presidente Jair Bolsonaro inicia a semana estudando a possibilidade de licenciar o ministro da Educação, Milton Ribeiro. O chefe do Palácio do Planalto pediu um levantamento de informações para poder balizar a decisão. Segundo fontes do repórter Ângelo Nascimento, Bolsonaro não quer demitir o ministro, por isso, estuda o que fazer.
Nesta semana, na próxima quinta (31), o Milton Ribeiro será ouvido no Congresso sobre as denúncias de cobrança de propina por pastores em troca de liberação de verbas do MEC.
O chefe do Ministério da Educação foi convidado a comparecer na Comissão de Educação do Senado.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, Gilmar Santos e Arilton Moura usavam o hotel Grand Bittar, em Brasília, como uma espécie de QG para a negociação de recursos com prefeitos e assessores.
Em uma das ocasiões, segundo um funcionário, um dos pastores – ao se gabar da situação - chegou a tirar uma barra de ouro do bolso em meados do ano passado.
NOVA DENÚNCIA
Uma nova denúncia aponta que pastores envolvidos na liberação de verbas do Ministério da Educação distribuíram Bíblias com fotografias do ministro Milton Ribeiro em um evento organizado por um prefeito no Pará.
O encontro aconteceu em julho do ano passado na cidade de Salinópolis, a 220 quilômetros de Belém, quando o MEC aprovou a destinação de R$ 5,8 milhões para a construção de uma escola.
Ao todo, foram mais de mil reais em Bíblias impressas, cada uma ao custo de R$ 70, e o gasto foi bancado pelo prefeito do município, Carlos Alberto de Sena Filha, o Kaká Sena, do PL.
A edição – que também traz as imagens de Gilmar Santos e Arilton Moura – foi feita pela Igreja Ministério Cristo para Todos, que tem uma gráfica em Goiânia e é ligada aos dois pastores.
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito para apurar a suspeita de cobrança de propina na liberação de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação – o FNDE.
Entre os investigados está o próprio ministro Milton Ribeiro.