Sem citar nomes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que há três ministros do Supremo Tribunal Federal articulando para impedir a aprovação do chamado “voto impresso” no Brasil. Em conversa com apoiadores, na manhã desta quinta-feira (01), o presidente disse que o dinheiro para a adaptação das urnas eletrônicas está reservado, e falou – mais uma vez – em fraude.
A PEC que prevê a impressão do voto deve ser votada na semana que vem na comissão especial criada na Câmara dos Deputados. Para valer em 2022, a proposta precisa ser aprovada até outubro pelo Congresso. O custo com a adaptação das urnas é estimado em R$ 2 bilhões.
Bolsonaro insinuou ainda que sem o voto impresso haverá benefício para outros candidatos, que não ele. O presidente voltou a alertar que a sem o voto impresso a eleição poderia não terminar bem.
PARTIDOS CONTRA
Representantes de partidos contrários a obrigatoriedade do voto impresso voltaram a se manifestar em apoio ao modelo atual da urna eletrônica. Nesta quarta-feira (30), eles se reuniram com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luis Roberto Barroso.
A ideia é acoplar uma impressora na urna eletrônica, com um visor transparente para que o eleitor confira as informações, sem tocar no comprovante. O papel poderia ser usado como prova, em caso de contestação do resultado; o TSE é contra a mudança.
A avaliação é a de que o voto impresso poderia gerar insegurança ao processo eleitoral. Segundo o presidente da Corte, Luis Roberto Barroso, a mudança abriria espaço para inúmeros pedidos de recontagem.