Bergamo: PF tem 'queda de braço' com governo para escapar de cortes no orçamento

Necessidade de contenção de despesas para equilibrar as contas federais pode afetar um dos principais órgãos de policiamento; orçamento inicial da Polícia Federal neste ano era de R$ 1,6 bilhão

A colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM, detalhou durante a manhã desta terça-feira (2) os bastidores do conflito entre a Polícia Federal e o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O órgão busca reaver uma parte de seu orçamento inicial previsto para o ano após sofrer um corte com o intuito de diminuir os gastos federais.

Segundo a jornalista, a PF verbalizou, por meio da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, as queixas contra a gestão Lula por "sucatear" um dos principais órgão de policiamento do país.

Para o ano de 2023, a Polícia Federal tinha como orçamento inicial R$ 1,6 bilhão. No entanto, após corte e contingenciamentos serem realizados, a corporação viu R$ 203 milhões serem retirados do orçamento.

"O problema é que a maior parte dos recursos desses órgãos estão comprometidos com gastos correntes, pessoal, manutenção de prédios, materiais. Quando há cortes, se corta sempre nos investimentos, em operações, impacta o sistema de emissão de passaporte, prevenção e repressão contra o tráfico de drogas. [...] Há o risco de não ter uma boa atuação, inclusive, nas eleições, porque é a PF que investiga fraude, compra de voto em eleições", disse.

A jornalista também pontuou que houve negociações entre o Ministério da Justiça e a Junta Orçamentária do governo. Após as reuniões, um total de R$ 102 milhões foram destinados de volta a PF. O Ministério da Justiça, do ministro Ricardo Lewandowski, ainda tenta recompor esse orçamento.

"É a grande discussão que está mergulhado o governo, como é difícil fazer esses cortes. [...] O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que o contingenciamento vai ser do tamanho que tiver que ser, do tamanho necessário para atingir essa meta que o governo disse estar perseguindo de déficit zero, zerar as contas esse ano. Mas a gente vê o tamanho da dificuldade", concluiu.

Tópicos relacionados

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.