A colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM, informou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), teve um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos dias para tratar sobre a alta do dólar - que recentemente bateu R$ 5,70 após uma sequência de ataques do petista ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Na reunião, Haddad e um grupo de economistas que participam do governo federal alertaram o mandatário da possibilidade de uma forte alta na inflação em decorrência da disparada do dólar. Isso porque a moeda norte-americana exerce influência sobre a compra de produtos e itens importados.
Mesmo aconselhado a diminuir o tom nas criticas a Campos Neto, Lula se mostrou "justamente indignado" com o movimento especulativo - na visão do presidente - que ocorre contra o seu governo. Segundo o mandatário, trata-se de uma tentativa de fazer a corda estourar para o lado mais fraco, ou seja, da população mais pobre.
Ainda assim, Haddad e economistas sugeriram a Lula que faça de forma discreta o que defende de maneira pública: a preservação do salário mínimo e as aposentadorias, além dos benefícios, dos cortes impostos pelo governo e impedir que mudanças nos cálculos possam provocar reajustes.
Lula ouviu do grupo que, caso prossiga com um tom muito agressivo, o efeito causado pela alta do dólar durante um tempo prolongado poderia ter o efeito contrário, já que uma alta na inflação iria impactar a população mais vulnerável, deixando o petista encurralado, com uma possível queda na popularidade e margem pequena para atuação. Ou seja, com a inflação descontrolada e um aumento de preços nos supermercados, todas as outras realizações publicitadas pelo governo não seriam valorizadas.