Mônica Bergamo

Bergamo: Gestão Lula projeta impactos de provável eleição de Trump após atentado

Planalto não vê impacto significativo no curto prazo, em termos econômicos; no entanto, cenário internacional preocupa com possível fortalecimento do 'bolsonarismo' e maior protagonismo de Milei

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Mônica Bergamo

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A colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM, falou nesta segunda-feira (15) sobre a repercussão em Brasília da tentativa de assassinato contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste último fim de semana.

De acordo com a jornalista, o Palácio do Planalto passou a traçar cenários com o provável retorno de Trump à Casa Branca. Entre os impactos, estão a provável baixa consequência na economia no curto prazo e uma perda de protagonismo na América do Sul no longo prazo.

O governo Lula reforçou a perspectiva de que Trump deve retornar a Casa Branca, já que o cenário eleitoral já apontava para uma vitória do republicano.

Após a tentativa de assassinato que Trump sofreu no último fim de semana enquanto participava de um comício no condado de Butler, na Pensilvânia, o governo brasileiro não acredita que o dólar deverá sofrer um grande impacto. Porém, essa semana será decisiva para o rumo da moeda norte-americana sob influência do atentado.

"Esse atentado tem o potencial de levar mais conflitos políticos aos Estados Unidos e uma maior instabilidade, dúvidas sobre o futuro da mais poderosa nação do planeta. Há esse monitoramento. Hoje vai ser um dia tenso, para saber como isso vai bater no Brasil em termos econômicos. Há uma aposta de setores do governo de que essa instabilidade possa ser passageira e com pouco impacto na economia brasileira. Isso é preocupação para hoje, para essa semana", disse.

Já em um cenário de médio prazo, as preocupações são crescentes. Isso porque uma vitória do republicano deverá privilegiar e empoderar a Argentina, que conta com um presidente próximo a Trump, com Javier Milei. Além da perda de protagonismo brasileira no cenário internacional, o 'bolsonarismo' também ganharia relevância na política interna.

"Primeiro, [há preocupação com] as questões regionais. A balança americana tenderia para a Argentina, que hoje é governada por Javier Milei e se coloca como oposição a Lula. [...] E Trump, socorrendo a Argentina, obviamente que diminui o poder relativo do Brasil no continente. [...] Uma preocupação regional e a vitória do Trump fortalece a direita mundial e tira o bolsonarismo, a direita brasileira, de um isolamento que poderia existir. Isso dificultaria os movimentos do Lula no cenário internacional. Trump poderia se contrapor a declarações do Lula, não seria tão amigável quanto Biden. Essas são as preocupações de imediato e de médio prazo", explicou.

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