Bergamo: Bispo contraria CNBB, critica 'PL do Aborto' e defende educação sexual

Colunista repercute a análise do católico, que afirmou se tratar de uma questão "complexa" e que seria necessário educar as mulheres em vez de prendê-las

BandNews FM

Manifestação contra o 'PL do aborto'
Paulo Pinto/Agência Brasil

A colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM, conversou com o bispo emérito de Blumenau (SC) dom Angélico Sândalo Bernardino e analisou as repercussões da aprovação do regime de urgência do Projeto de Lei 1904/24, que busca equiparar o aborto acima de 22 semanas de gestação ao homicídio, aumentando de dez para 20 anos a pena máxima para quem fizer o procedimento.

De acordo com o católico, a proposta que tramita em urgência na Câmara dos Deputados "é uma distorção da realidade". Dom Angélico ressalta, ainda, que é preciso promover o aprendizado sobre educação sexual antes de se pensar em "prender mulheres" em decorrência da interrupção da gravidez.

"Simplesmente punir a mulher sem discutir com profundidade uma situação tão complexa é uma leviandade. É uma precipitação legalista. É querer resolver pela lei um problema muito mais amplo e muito mais vasto", analisou.

No entanto, o entendimento do bispo emérito vai de encontro à posição da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que defendeu a aprovação do projeto. Questionado, Angélico disse não ser "juiz da CNBB".

"Uma questão complexa como o aborto não pode ser debatida às vésperas de uma eleição. Qual é a motivação desses políticos que defendem essa proposta?", questionou.

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