Uma nota pública em defesa do modelo de eleições no Brasil foi divulgada nesta segunda-feira (02). O documento é assinado pelo atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, o vice-presidente do tribunal, Edson Fachin, e todos os ex-presidentes da Corte Eleitoral desde 1988.
Na nota, todos os ministros destacam que a retomada da contagem manual seria um regresso a um cenário de fraudes generalizadas. Eles ainda ressaltam que a urna é utilizada desde 1996 e nunca houve fraude. E, ao contrário do que afirma o presidente Jair Bolsonaro, reiteram que o voto eletrônico é auditável.
No meio da manhã, antes da divulgação da carta aberta, o chefe do Executivo voltou a atacar o ministro Barroso, e afirmou que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral quer eleições sujas no ano que vem. Além disso, Bolsonaro acusou Barroso de fazer lobby dentro do Congresso Nacional.
“O que o Barroso quer? Ele quer eleições manipuladas, ou, no mínimo, que possam gerar dúvida no futuro. E nós não queremos isso. Nós queremos o voto democrático, eleições democráticas. Onde a vontade popular possa valer de fato. Repito, não pode meia dúzia de servidores do TSE, juntamente com o presidente e ministro Barroso, contar os votos em uma sala secreta. Onde ele anuncia o resultado que achar que é o verdadeiro, porque as urnas não são auditáveis. O povo não vai aceitar uma eleição sob suspeição.”, disse Bolsonaro.
A afirmação já foi desmentida pelo tribunal anteriormente. A Corte detalhou que a apuração é feita automaticamente pela urna após o encerramento da votação. Logo depois, são impressas cinco vias do Boletim de Urna, com os votos recebidos por cada candidato naquele terminal.
Ainda segundo o TSE, vias adicionais do boletim são disponibilizadas aos fiscais do partidos.