O colunista Felipe Kieling, da BandNews FM, analisou durante a manhã desta sexta-feira (30) a avaliação recente do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo (TJ-SP) de ampliar as torcidas únicas nos estádios paulistas.

Recentemente, noticiou-se que a Corte se reuniu com magistrados e representantes da Federação Paulista de Futebol, das polícias Civil e Militar, da Defensoria Pública e do Ministério Público de São Paulo (MPSP) para tratar sobre o assunto.

Atualmente, a torcida única passou a ser adotada em clássicos paulistas, após brigas entre torcedores em 2016, durante partida entre Corinthians e Palmeiras, pelo Campeonato Paulista.

Um dos países que mais sofreram com a atuação violenta de torcedores foi o Reino Unido, com os hooligans. O ápice de violência e selvageria ocorreu em 1985, na 'tragédia de Heysel'.

Na ocasião, o Estádio do Heysel, localizado na Bélgica, abrigou a final da Liga dos Campeões da Europa, entre Liverpool e Juventus. Hooligans entraram sem pagar e causaram uma superlotação na arena. No início do jogo, começou uma briga generalizada atrás de um dos gols.

Torcedores tentavam sair do setor, mas não tiveram sucesso e foram espremidas. Ao todo, mais de 600 pessoas ficaram feridas e outras 39 morreram em decorrência da violência e do confronto entre os hooligans e as forças policiais.

Kieling explica que, desde então, o Reino Unido passou a investir em um forte esquema de inteligência, que mapeia e identifica torcedores que causem problemas ao redor e dentro dos estádios.

"O caminho não foi acabar com a torcida visitante, mas punir responsáveis pelas brigas. [...] Policiais filmam tudo e identificam baderneiros. Milhares estão banidos de frequentar estádios de futebol. Quando o time dessa pessoa joga, ela precisa ficar numa delegacia. Quando a Inglaterra viaja, hooligans precisam deixar seu passaporte com a polícia", informou.