O Banco Central cobrou em documento divulgado nesta terça-feira (28) que a nova regra fiscal gestada no Ministério da Fazenda seja “sólida e crível” para permitir a queda na taxa básica de juros. No entanto, a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária é dura ao afirmam que a Selic pode permanecer como está para conter a inflação.
Na semana passada, o Copom manteve os juros em 13,75%, mesmo após críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o índice prejudicar a economia do país. O ministro Fernando Haddad também criticou a manutenção da Selic.
O documento do BC afirma que os problemas de crédito podem ser resolvidos outras medidas que não passem pela redução da taxa básica de juros.
Empresários do setor varejistas têm criticado a alta dos juros por encarecer o crédito e paralisar o giro da economia.
A nova regra fiscal, que deve substituir o Teto de Gastos, é elaborada pelo governo Lula e que ainda não foi divulgada oficialmente. A expectativa é de que o pacote de medidas seja anunciado ainda nesta semana, embora o governo trabalhe com a data de 15 de abril para enviar o texto ao Congresso.
De acordo com o documento, a nova regra fiscal poderia reduzir a inflação, porque ajudaria a conter a expectativa da alta nos preços, nas incertezas sobre a economia e na percepção de segurança de investidores estrangeiros no país.
Ainda, segundo a ata do Copom, os episódios de falência com bancos dos EUA e da Europa também justificam os juros no patamar atual.