Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado repudiaram o ataque do ex-deputado Roberto Jefferson contra policiais federais que cumpriam mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal. A entidade que representa os agentes da Polícia Federal pediu punição rigorosa contra o político, que estava em prisão domiciliar após xingar e ameaçar ministros do STF. Ele também é réu por homofobia.
Neste domingo (23), Jefferson atirou contra uma equipe da PF e feriu dois policiais que tentavam cumprir mandado judicial no fim da manhã. Ao chegarem na casa do ex-deputado, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro, os agentes foram atacados ainda com duas granadas. Foi pedido reforço policial e o político se rendeu por volta das 19h.
Pelo Twitter, Arthur Lira (PP-AL) disse repudiar todo e qualquer ataque que coloque em risco as instituições brasileira. O presidente da Câmara dos Deputados afirmou ainda que a Casa não admitirá retrocessos no processo democrático.
Roberto Jefferson está afastado da presidência do PTB, partido pelo qual tentou concorrer à presidência da República. Ao ser impedido pelo Tribunal Superior Eleitoral, indicou Padre Kelmon para o posto. Na decisão do ministro Alexandre de Moraes restabelecendo a prisão, no entanto, o magistrado cita que em desrespeito a decisão judicial anterior, Jefferson continua a comandar o partido.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o Estado Democrático de Direito concede liberdades ao cidadão, mas não o direito de praticar crimes.
O senador fez menção ainda ao ataque sofrido pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo, xingada de “vagabunda” pelo ex-deputado agora preso.
Após resistir a prisão por desrespeitar medidas cautelares já determinadas pelo STF, o ministro Alexandre de Moraes emitiu novo mandado de prisão por tentativa de duplo homicídio. Os dois policiais atingidos por estilhaços dos disparos feitos por Roberto Jefferson tiveram ferimentos leves, passam bem e não correm risco de vida.
A viatura da PF atingida pelos disparos foi rebocada para a sede da Polícia Federal na zona portuário do Rio e deve passar por perícia.
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal pediu uma “rigorosa punição ao responsável pela agressão” e disse ser “inaceitável” qualquer tipo de violência contra aqueles no cumprimento da Constituição Federal. Também em nota, a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal afirmou que espera “punição exemplar” contra o ex-deputado.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Jefferson foi chamado de criminoso pelo candidato à reeleição. O ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou se tratar de um infrator. O ministro se deslocou para o local ao ser acionado pelo presidente.
O candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, repudiou o episódio e desejou rápida recuperação dos policiais feridos.
Roberto Jefferson foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e deve voltar para o presídio de Bangu, na zona oeste da cidade.