A Polícia Federal concluiu que o deputado federal André Fernandes (PL-CE) incitou manifestantes que praticaram atos de vandalismo em Brasília. O parlamentar é o autor do pedido de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos Criminosos de 8 de Janeiro.
A PF afirma que o político incitou o crime quando divulgou nas redes sociais um protesto contra o governo Lula marcado para o fim de semana na capital federal e, em seguida, uma imagem do armário com o nome do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depredado e a frase “quem rir, vai preso”.
O parlamentar nega as acusações e se manifestou por nota: “Se fazer uma crítica ao ativismo judicial for crime, então não existe mais democracia no Brasil. Gostaria muito de depor na CPMI do 8 de Janeiro, dessa vez publicamente, à luz do dia, para que o povo brasileiro veja o quão absurdo é essa investigação”.
A Polícia Federal ressalta que Fernandes agiu de forma contrária às críticas que ele mesmo fez aos atos criminosos: "o compartilhamento, pelo próprio investigado, das referidas imagens de destruição do patrimônio público contraria a sua fala de que no dia 08/01/2023, ainda durante os ataques, publicou na sua conta do Twitter que não compactuava com a depredação de patrimônio público”.
A Procuradoria-Geral da República, que pediu a abertura do processo por incitação ao crime e violação do Estado Democrático de Direito, tem 15 dias para se manifestar novamente no caso.
Além de pedir a criação da CPMI de 8 de Janeiro, André Fernandes também é um dos integrantes da comissão que iniciou os trabalhos nesta quinta-feira (25).