Diante da possibilidade de greve e com a disparada de casos de coronavírus, aumenta a pressão para que o presidente Jair Bolsonaro recue da previsão de conceder reajuste para policiais federais em 2022.
A justificativa é de que o governo federal poderá ser obrigado a aumentar repasses para estados e municípios no combate a novas variantes. Além disso, essa iniciativa de Bolsonaro estaria desencadeando paralisações no setor público.
O próprio líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, vem sugerindo que nenhum servidor público tenha reajuste salarial neste ano. Diante da possibilidade de greve e com a disparada de casos de coronavírus, aumenta a pressão para que o presidente Jair Bolsonaro recue da previsão de conceder reajuste para policiais federais em 2022.
Nos bastidores, interlocutores afirmam que a medida poderia conter o movimento grevista. No orçamento deste ano, foram reservados R$ 1,7 bilhões para reajuste salarial no funcionalismo. A medida foi um aceno à categoria policial, apoiadora do presidente Jair Bolsonaro.
Especialistas no assunto, como o doutor em direito Bruno Carazza, afirmam que a medida pode causar um efeito dominó. A desistência de Bolsonaro seria a única maneira de evitar que demais setores públicos se unissem aos auditores da Receita Federal, por exemplo.
Diante dessa possibilidade, a categoria policial já fala em traição por parte do chefe do Executivo. Desde a aprovação do calendário de paralisação dos servidores, no fim de 2021, o Ministério da Economia vem se articulando contrariamente a concessão de reajuste durante a pandemia.