Assassinato do tesoureiro do PT repercute dentro e fora do Brasil

Políticos e entidades brasileiras se manifestaram sobre crime nesta segunda-feira (11)

BandNews FM

O caso repercutiu fora do país e teve destaque em grandes jornais. Arquivo pessoal
O caso repercutiu fora do país e teve destaque em grandes jornais.
Arquivo pessoal

O assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no Paraná, foi tema de declarações de políticos e de entidades brasileiras nesta segunda-feira (11). O crime ocorreu no final da noite de sábado (09) quando Marcelo Arruda, de 50 anos, comemorava o aniversário.

O policial bolsonarista Jorge Guaranho invadiu o local da festa e disparou diversas vezes contra o petista. A Justiça decretou a prisão preventiva dele.

Sem citar nominalmente o caso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, divulgou uma nota afirmando que “repudia qualquer ato de violência, ainda mais decorrente de manifestações políticas”. Acrescentou, ainda, que a “democracia pressupõe o amplo debate de ideias e a garantia da defesa de posições partidárias, com tolerância e respeito à liberdade de expressão”, e conclamou a todos pela paz durante a campanha eleitoral.

No Senado, o presidente Rodrigo Pacheco disse que o caso representa a “materialização da intolerância política que permeia o Brasil atual e nos mostra, da pior forma possível, como é viver na barbárie”, e defendeu a luta para combater o ódio.

Já o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que vai comandar o Tribunal Superior Eleitoral nas eleições de outubro, publicou: “A intolerância, a violência e o ódio são inimigos da democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos Três Poderes”.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil divulgou comunicado destacando que "a insanidade que transforma uma festa de aniversário, momento de alegria e fraternidade, em cenário de violência e morte não deve ser a referência para o exercício da cidadania no Brasil". Ainda de acordo com a CNBB, "para que o país se torne mais justo, solidário e fraterno, todos precisam se unir a partir do compromisso com a paz. Não importa qual seja a convicção política, o partido, as diferenças."

O presidente Jair Bolsonaro questionou, nesta segunda-feira (11), qual a ligação dele no assassinato. O chefe do Executivo afirmou ser contrário a atos de violência e voltou a fazer menção à facada que levou em 2018. Em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, Bolsonaro diz que tentam criminalizar ele o tempo todo. Mais cedo, com apoiadores, minimizou o ocorrido e classificou como “briga de duas pessoas”.

O vice-presidente Hamilton Mourão também comentou o caso. Ele considera que não se pode fazer “exploração política”. Também afirmou que situações como essas ocorrem "todo final de semana", com "gente que provavelmente bebe e aí extravasa as coisas".

MUNDO

O crime também repercutiu fora do país. O jornal New York Post destacou que "o tiroteio duplo ocorre meses antes da eleição presidencial do Brasil em outubro". A publicação dos Estados Unidos ainda apontou que "a violência é um sinal da crescente polarização política entre os dois principais partidos do país".

A agência de notícias norte-americana Associated Press também repercutiu o caso. Afirmou que líderes políticos brasileiros "pedem calma" após o crime.

O espanhol El País, por sua vez, afirmou que "as autoridades classificaram o caso como intolerância política porque o crime aconteceu em meio a uma escalada das tensões da pré-campanha eleitoral brasileira".

O Le Figaro, da França, lembrou que "o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro facilitou o acesso a armas no Brasil desde que chegou ao poder. No sábado, centenas de pessoas se manifestaram em Brasília em defesa do direito de obtê-lo".

Na Argentina, o Clarín disse que "o Partido dos Trabalhadores (PT) denunciou o assassinato por ódio e violência política de um líder do partido em Foz do Iguaçu por um seguidor do presidente ultradireitista Jair Bolsonaro".