O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin se reúne nesta terça-feira (08) em Brasília com o relator do Orçamento de 2023 para tentar chegar a um acordo de como garantir o pagamento mensal de R$ 600 para os beneficiários do Bolsa Família. A medida é uma promessa de campanha e tem custo estimado superior a R$ 70 bilhões ao ano.
Na proposta enviada pelo atual governo ao Congresso, existe a garantia de um desembolso mensal de R$ 405 para aqueles que recebem o atual Auxílio Brasil. O programa de transferência de renda foi ampliado na pandemia de Covid-19 e o custo elevado é contido pelo teto de gastos - regra que não permite o crescimento das despesas do governo acima da inflação do ano anterior.
Após se reunir com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante toda a segunda-feira (07) em São Paulo, Alckmin leva na bagagem uma proposta econômica ainda não detalhada para a imprensa. A ideia é discutir com o senador Marcelo Castro (MDB-PI) formas de permitir furar o teto de gastos e preservar o orçamento nas áreas sociais.
A proposta de Lula durante a campanha dá conta de um acréscimo de R$ 150 por criança de até 6 anos nas famílias beneficiadas. A equipe que assume o novo governo também quer garantir o aumento real do salário mínimo já no próximo ano. O relator do Orçamento já disse esperar a proposta da equipe de transição para levar adiante a discussão no Congresso.
Na semana passada, Castro e Alckmin já estiveram juntos em Brasília para uma primeira conversa. O ex-governador de São Paulo foi nomeado coordenador-geral da transição e está à frente dos trabalhos de planejamento do novo governo.
O político vai despachar de uma sala no Centro Cultural Banco do Brasil na capital federal. O espaço reservado para a equipe de transição fica a sete quilômetros do Palácio do Planalto e também tem uma sala dedicada ao presidente eleito.
A expectativa é de que Lula viaje ainda nesta terça-feira (08) para Brasília. Ele deve se encontrar com os presidente da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal. Na agenda ainda estão conversas com parlamentares e partidos políticos necessários para a sustentação do novo governo no Congresso Nacional.
Também é esperado que o petista comece a anunciar nomes daqueles que vão integrar a Esplanada dos Ministérios no próximo ano. O anúncio mais aguardado é do futuro ocupante do Ministério da Fazenda.
Luiz Inácio Lula da Silva está de volta ao planejamento do terceiro mandato presidencial depois de uns dias de descanso no sul da Bahia. Na próxima semana, o presidente eleito deve participar da Conferência do Clima da ONU, organizada no Egito. Existe ainda a possibilidade de uma parada em Portugal para um encontro com o primeiro-ministro português, Antônio Costa, e o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa.