As negociações de paz entre Rússia e Ucrânia serão retomadas de maneira virtual nesta segunda-feira (4), de acordo com envolvidos consultados pela agência de notícias Reuters. Neste domingo (3), um dos negociadores russos, Vladimir Medinsky, disse que o esboço do acordo ainda não está pronto e, por isso, um encontro entre os dois líderes dos países envolvidos ainda não é viável.
Ainda durante o domingo (3), o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que um acordo fica mais distante depois das denúncias de massacre deliberado de civis em Bucha, cidade a 60 quilômetros de Kiev, mas que as conversas precisam continuar.
Segundo o ucraniano, o ataque foi deliberado e precisa ser punido. Kuleba denunciou crimes de guerra e falou em um “massacre comandado pelos russos”.
O governo da Ucrânia denúncia que civis foram assassinados sem chance de defesa e, pelo menos, 410 corpos foram recuperados. Órgãos de assistência internacional estiveram na região e recolheram provas que podem ajudar a provar os crimes denunciados no Tribunal Penal Internacional.
O Ministério da Defesa da Rússia nega as acusações e diz que as cenas de corpos espalhadas pelos ruas e de valas comuns com dezenas de corpos são montagens. Os russos afirmam que a “operação militar especial” tem como alvos as instalações militares e não os civis.
REPERCUSSÃO INTERNACIONAL
Após tropas russas deixarem o entorno da capital ucraniana, denúncias foram feitas sobre um massacre civil em algumas áreas. Imagens amplamente divulgadas a partir dê sábado (2) mostraram corpos nas ruas e vilarejos inteiros destruídos.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que o relato da cidade de Bucha é “o mais brutal ataque contra civis que já vi na Europa em décadas”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, disseram estar horrorizados coma as cenas.
O premiê do Canadá, Justin Trudeau, afirmou estar “comprometido em responsabilizar o regime russo” pelo assassinato de ucranianos.