O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou de uma palestra promovido pelo Banco Central Europeu (ECB), em Portugal, e falou sobre as recentes críticas que o órgão recebeu nas últimas semanas, além das criticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o chefe do BC, a interrupção na queda de juros ocorreu em decorrência dos "ruídos" causados e por um desalinhamento nas expectativas da trajetória fiscal e monetária do país.
"[A queda de juros] teve muito mais a ver com muitos ruídos que criamos do que com os fundamentos. E os ruídos estão relacionados a duas coisas, uma é a expectativa na trajetória da política fiscal e a outra é a expectativa sobre futuro da política monetária. Quando tivemos esses dois ao mesmo tempo, isso criou incerteza suficiente para nós", explicou.
Atualmente, o presidente do Banco Central é alvo de uma série de ataques do presidente Lula. Ontem, o mandatário afirmou que governa com o "presidente do Bolsonaro" no comando do BC. Hoje, o petista afirmou que Campos Neto tem um "viés político" e que não deveria dirigir a instituição.
"A gente não indica essa pessoa para fazer o que a gente quer, porque as empresas têm diretoria, as empresas têm conselho, e o Banco Central tem uma função. Agora, o que não dá é você ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Definitivamente, eu acho que ele [Campos Neto] tem viés político", concluiu o petista.