O desembargador Julio Jacob Junior pediu vista nesta segunda-feira (08) durante o julgamento do processo de cassação Sérgio Moro. O magistrado alegou que Cláudia Cristina Cristofani, que votou antes dele, apresentou um novo ponto de vista que precisava ser estudado. O processo deve ser retomado nesta terça-feira (09), às 14h, no que deve ser o último dia de julgamento.
A terceira sessão foi retomada com o placar em 1 a 1. Além de Cláudia Cristofani, Guilherme Frederico Hernandes Denz, que seria o sexto a votar, antecipou seu voto e argumentou contra a cassação de Moro. Para ele, não foram apresentadas provas suficientes para a medida. Agora, o placar está em 3 a 1 contra a cassação de mandato e inegibilidade de Moro.
Quarto desembargador a votar, Julio Jacob Junior pediu vista no processo. Ele alegou que a desembargadora trouxe um terceiro ponto de vista, além do voto do relator e do voto contrário.
Cristofani questiona se a quantia de dinheiro utilizado, acima do teto de gastos, durante a utilizado na pré-campanha ao senado, efetivamente ajudou o ex-ministro a se eleger. Após o pedido de vista do Jacob, Anderson Ricardo Fogaça seria o próximo a votar, porém, o desembargador preferiu esperar o pedido de vista do colega para dar seu voto.
No primeiro dia de julgamento, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza analisou em seu voto que os autores das ações falharam em demonstrar as irregularidades cometidas pelo ex-juiz. No segundo dia, o desembargador José Rodrigo Sade abriu a divergência do relator e votou pela cassação do mandato do senador. No entendimento de Sade, houve quebra de isonomia no pleito e os valores excessivos configuram prática de abuso de poder econômico.
Moro é acusado pelo PL e pela federação formada por PT, PV e PC do B, por abuso de poder econômico, lavagem de dinheiro e uso indevido dos meios de comunicação. O advogado da federação, Luiz Eduardo Peccinin, acredita em uma decisão favorável para a acusação.
Para o advogado do PL, Guilherme Ruiz Neto, este julgamento também é uma oportunidade para discutir a regulamentação da legislação de pré-campanha. Já o advogado do senador Sergio Moro, Gustavo Guedes, alega que não há nenhuma comprovação de ilegalidades cometidas pelo ex-ministro.
Faltam votar os desembargadores Julio Jacob Junior, Anderson Ricardo Fogaça e o presidente do TRE-PR, Sigurd Roberto Bengtsson.