Depois de cinco meses funcionando apenas de forma remota, por causa da pandemia, os postos do Instituto Nacional do Seguro Social registram filas e reclamações em todo o país.

No Rio de Janeiro, quem tinha agendamento marcado para fazer a perícia médica não conseguiu atendimento, porque não havia médicos.

Filas enormes se formaram na porta da agência do INSS, na Praça da Bandeira, na zona norte do Rio, no início da manhã. O entregador Thiago Gonçalves, sofreu um acidente de trabalho há 3 meses.

Ele tinha agendado o atendimento para as 7h20 para tentar receber o auxílio doença e não conseguiu.

Thiago veio de cadeira de rodas para apresentar os documentos e justificar que não está em condições de trabalhar, já que o processo dele deu como concluído. Mas não foi só na capital fluminense.

O técnico Evaldo Rodrigues tinha agendado uma perícia médica há duas semanas para uma agência em Niterói, pelo aplicativo e não conseguiu ser atendido.

De acordo com o primeiro aviso do INSS, com a reabertura gradual, seriam priorizados os serviços considerados mais importantes neste momento, como a perícia médica, avaliação social, cumprimento de exigência, justificação administrativa e reabilitação profissional.

Após os transtornos no primeiro dia de retomada, o INSS informou que a abertura das agências está sendo realizada de forma gradual e segura e que, nesse primeiro momento, vão ser ofertados quatro serviços: cumprimento de exigência, reabilitação profissional, avaliação social e justificação administrativa.

Os segurados só vão ser atendidos mediante o agendamento através do aplicativo Meu INSS ou pela Central 135. O INSS disse ainda que, por enquanto, não haverá retorno da perícia médica federal.

No estado de São Paulo, uma decisão judicial impediu a retomada do atendimento presencial a pedido do sindicato dos trabalhadores do INSS.

Em nota, o INSS informou que as agências seguirão fechadas após a decisão judicial e que “os segurados que tinham agendado atendimento devem desconsiderar e proceder com a remarcação pelo Meu INSS ou pelo telefone 135.”

A Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais comunicou que, depois de vistorias, algumas agências, que representam mais de 1500 consultórios de perícia médica, apresentaram pelo menos uma inconsistência grave que impede o retorno da categoria.