A Anvisa decidiu suspender a importação e uso de proxalutamida no Brasil para testes em seres humanos. A agência também irá abrir um dossiê para obter maiores informações sobre os produtos à base da droga utilizados no país e verificar possíveis infrações sanitárias. Conforme reportagem do portal Matinal, a proxalutamida foi utilizada em cerca de 50 pacientes com covid-19 no Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre para verificar a eficácia no combate à doença. O estudo não tinha autorização da Anvisa e do Conep.
Ainda segundo a agência, a suspensão não se aplica aos estudos clínicos previamente autorizados para fins de registro. O órgão havia autorizado em julho deste ano uma pesquisa acerca do fármaco.
O medicamento foi desenvolvido na China e costuma ser usado em tratamentos para alguns tipos de câncer, mas não possui registro em território brasileiro e não é usado para conter nenhuma patologia no país. O princípio ativo atua diminuindo as taxas dos hormônios masculinos no corpo.
Em nota oficial a Anvisa afirmou: “A decisão foi motivada a partir de diligências provenientes da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul e diante da veiculação de notícias sobre a condução de pesquisas com o uso de proxalutamida em seres humanos, as quais dão conta de que unidades hospitalares e clínicas estariam usando o produto à base de proxalutamida à revelia dos estudos científicos aprovados pelo sistema Comitê de Ética em Pesquisa/Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CEP/Conep).”
O remédio é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como tratamento da Covid-19, o político repete a defesa de medicamentos com eficácia não comprovada, assim como fez anteriormente com a ivermectina e a hidroxicloroquina.