Após a Anvisa aprovar o uso emergencial de duas vacinas mais eficazes contra subvariantes do coronavírus, a expectativa é que os imunizantes cheguem ao Brasil nas “próximas semanas”. Nesta terça-feira (22), por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária liberou a aplicação das novas vacinas contra a Covid-19 para maiores de 12 anos.
Os cinco diretores do órgão concordaram com o pedido da Pfizer para uso de dois imunizantes bivalentes como dose de reforço contra a doença. As vacinas de “segunda geração” protegem contra a cepa original do coronavírus e também contra novas mutações que surgiram ao longo da pandemia.
A companhia farmacêutica celebrou a aprovação em reunião extraordinária do colegiado e disse que o contrato com o governo brasileiro já prevê a entrega de vacinas bivalentes. A previsão inicial é que as novas doses cheguem ao país nas próximas semanas.
Os imunizantes liberados agora apresentam modificações na fórmula para também protegerem contra a variante Ômicron, que está associada com o aumento recente de casos no país. As doses auxiliam na prevenção das subvariantes BA.1 e BA.4/BA.5.
A Pfizer afirma que a tecnologia do mRNA, utilizado no composto fabricado em parceria com a BioNTech, permite a rápida adaptação da fórmula para novas variantes.
Os imunizantes aprovados agora no Brasil já estão em uso no exterior (aprovado nos Estados Unidos e na União Europeia) e devem ser utilizados como reforço entre pessoas já vacinadas. A farmacêutica responsável pelo produto, no entanto, afirma que a versão original da vacina continua apresentando alta eficácia para evitar casos graves da doença, mesmo com as novas variantes.
Os frascos com as novas doses devem vir com a tampa na cor cinza para evitar confusão na hora da vacinação. O Ministério da Saúde ainda não apresentou nenhum plano para a inserção das vacinas de “segunda geração” no calendário vacinal.
Nesta quarta-feira (23), integrantes do gabinete de transição do novo governo têm reunião com o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A imunização deve ser um dos temas abordados.
A liberação das vacinas bivalentes contou com o voto favorável da relatora Meiruze Freitas, que foi seguido pelos diretores Daniel Pereira, Rômison Mota e Alex Campos. O presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, também apresentou voto favorável. Todos reconheceram a segurança dos imunizantes e a importância das doses para evitar casos graves e óbitos da doença.
Na mesma reunião em que aprovou novos produtos para combater a pandemia, a Anvisa determinou ainda a retomada do uso de máscaras em aviões e aeroportos. A medida começa a valer em dois dias úteis.