Andreazza: Sem Orçamento, Congresso trocará comando e manterá 'faca no pescoço' do governo

Lei Orçamentária Anual (LOA) será votada após o fim do recesso parlamentar; impasse em torno das emendas será herdado pelos novos presidentes da Câmara e do Senado

Sem o Orçamento de 2025 aprovado, o Congresso trocará o comando da Câmara dos Deputados e do Senado, mas deverá manter a pressão em cima do governo em torno das emendas parlamentares. As informações e análises são do colunista Carlos Andreazza, da BandNews FM, no Rio de Janeiro.

"Temos um Parlamento que tem comandos quase imperiais. Não há disputa ou divergências. O Parlamento tem uma vida autônoma, e isso é saudável, mas nesse caso é uma autonomia pervertida em função do controle crescente de fundos orçamentários", disse Andreazza.  

Mesmo diante da celeridade na votação de projetos importantes para o governo no início de dezembro, a Lei Orçamentária Anual (LOA) não foi votada antes do início do recesso do parlamentar. Para Andreazza, deixar o tema para depois do término do recesso é um recado ao governo.  

"O Parlamento deixou de votar o Orçamento de propósito, tinha condições de votar, mas não o fez e para manter o governo sob algum pressão. 'Entreguei quase tudo, mas não tudo, segura o Orçamento'. Faca no pescoço do governo, e a faca é afiada em função das gestões de Flávio Dino sobre as emendas parlamentares", disse.

Para Andreazza, resta saber como as Casas se comportarão com o Orçamento aberto e a troca nas presidências. 

Na Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) deve ser sucedido por Hugo Motta (Republicanos-PB) e, no Senado, o posto de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) voltará para Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que já ocupou a cadeira entre 2019 e 2021. Atualmente, ele é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).  A eleição acontecerá em fevereiro.

"Como se comportarão as casas parlamentares tendo o Orçamento aberto em função das emendas. Como será essa discussão para o Orçamento de 2025 considerando a gestão de Flávio Dino? O poder de Dino é muito grande sobre a liberdade das emendas parlamentares e isso é percebido por muita gente como um 'senador togado'. Então também há essa dúvida no horizonte para essas relações".  

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