Andreazza: Mourão faz discurso que cabe, mas não houve 'atropelo' na prisão de Braga Netto

Ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) foi preso neste sábado (14) em Copacabana, no Rio de Janeiro, por obstrução de Justiça

Após a prisão preventiva do general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), na manhã deste sábado (14), por obstrução de Justiça, o general Hamilton Mourão se manifestou nas redes e afirmou que a decisão é "atropelo das normas legais".

Para o colunista Carlos Andreazza, da BandNews FM, Mourão "faz o discurso que cabe", mas não houve "nenhum tipo de atropelo" na prisão do general da reserva.

"Não teve nenhum tipo de atropelo. Mourão faz o papel dele, ademais é um senador da República. É o discurso que cabe e não seremos nós que falaremos que ele não pode dar a sua declaração, inclusive ele deve dizer a sua posição. O ponto é que eu seria o primeiro a apontar atropelo ao devido processo legal se Braga Netto tivesse sido preso na etapa anterior, por exemplo, naquele último conjunto de prisões quando foi preso o general Mario Fernandes. Naquela altura eu não entenderia a prisão de Braga Netto", disse Andreazza.  

Braga Netto passará por audiência de custódia via videoconferência e será entregue ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia das Forças Armadas. O mandado de prisão preventiva por obstrução da Justiça foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Braga Netto ficará preso na Vila Militar, na zona oeste do Rio de Janeiro.  O general da reserva é um dos 37 indiciados no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado e é o primeiro general quatro estrelas a ser preso na era democrática do Brasil 

Além do mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo STF, além de uma medida cautelar diversa da prisão contra suspeitos que estariam atrapalhando o processo de produção de provas durante a instrução processual penal.

"Lendo a decisão parece bastante correta a decisão pela prisão preventiva. A gente sempre tem o cuidado de compreender se os requisitos foram cumpridos. E havia o que se chama de 'perigo da liberdade' quando a liberdade dele oferece risco a investigação (...) e não há duvida, as razãoes são muito bem defendidas para a prisão do general Walter Braga Netto", comentou Andreazza.  

A defesa de Braga Netto ainda não se manifestou sobre a prisão deste sábado.

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