O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, prestou depoimento nesta quinta-feira (16) sobre a “minuta do golpe” encontrada durante operação de busca e apreensão em um imóvel dele em Brasília.
O papel continha um decreto que permitiria a intervenção do então presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral, podendo até questionar o resultado da eleição.
O delegado da Polícia Federal se pronunciou em uma ação aberta pelo TSE para apurar atos contra a democracia supostamente praticados pelo ex-presidente. A investigação determinada pelo corregedor Benedito Gonçalves pode deixar o político do PL inelegível.
Anderson Torres falou por cerca de 1h30, por vídeo conferência, no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal. Ele está preso no local desde janeiro, quando o ministro Alexandre de Moraes determinou a detenção por inação no ataque aos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.
O ex-ministro negou conhecer quem escreveu a “minuta do golpe” e disse nunca ter conversado com o ex-presidente sobre o assunto.
O documento foi inserido na Ação de Investigação Judicial Eleitoral que apura uma reunião que o ex-presidente Bolsonaro convocou em julho de 2022 com embaixadores estrangeiros e disseminou acusações sem provas sobre às urnas eletrônicas e o sistema de votação.
