Ana Paula Padrão: "Me preocupa que a sociedade conservadora afegã se sinta chancelada pelo Taleban"

Jornalista afirma que se impressiona com a tentativa do grupo agora tenta passar uma imagem diferente

Rádio BandNews FM

Ana Paula esteve por quatro vezes no Afeganistão e relatou como foram as visitas
Foto: Arquivo Pessoal

A apresentadora da Band Ana Paula Padrão afirma que é preciso esperar pelos desdobramentos no Afeganistão para ver como o grupo Talibã vai se comportar com relação aos costumes e avaliar os riscos das mulheres com a tomada de poder pelos extremistas. A jornalista participou nesta quarta-feira (18) do Jornal BandNews FM, com Luiz Megale, Sheila Magalhães e Carla Bigatto.

Ana Paula esteve por quatro vezes no país asiático e relatou como foram as visitas. Em uma das viagens, o país estava sob o controle do Talibã e era extremamente fechado. As mulheres, por exemplo, não podiam caminhar sem burca nas ruas, não podiam estudar e viviam com grande repressão.

A jornalista afirma que se impressiona com a tentativa do grupo agora tenta passar uma imagem diferente, tentando fazer um "esforço", mostrando ser um movimento mais maduro, mais conectado com o mundo, que abriu um espaço para as comunidades internacionais, como China e Rússia, para fazer negócios no território.

"O que resta é esperar para ver como serão esses desdobramentos e entender o que vai acontecer por lá", afirmou Ana Paula.

Em 2000, a jornalista lembra de um cenário onde as mulheres saiam clandestinamente para trabalhar - ação que o Talibã não permitia - porque eram viúvas e precisavam de dinheiro.

Elas acabavam prestando serviço aos hospitais, algo que sempre foi muito precário no Afeganistão e necessário porque, além da violência do Talibã, ainda existem muitas bombas terrestres do período da ocupação soviética. "Elas eram corajosas", disse a apresentadora.

Segundo Ana, por enquanto, a preocupação é que os extremistas possam legitimar os afegãos que já pensam de maneira conservadora, como acontece no interior do país.

Acompanhe a entrevista completa:

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