Os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro foram abertos nesta quinta-feira (25) com a eleição do deputado federal Arthur Maia (União-BA) para a Presidência do colegiado. O parlamentar é aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-BA), e é visto como integrante da ala mais independente do União Brasil.
A eleição para a mesa diretora da CPMI foi por aclamação. A primeira-vice-presidência ficou com o senador Cid Gomes (PDT-CE) e a relatoria dos trabalhos, com a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), ambos têm laços com o Palácio do Planalto.
No primeiro discurso como presidente do colegiado, Arthur Maia disse que o trabalho de investigação dos atos criminosos de 8 de janeiro é importante para a democracia brasileira: “Nós sabemos que há uma narrativa de tudo estar conectado com um possível golpe para interromper a democracia. Tudo isso precisa ser investigado. Temos que colher as provas e fazer essa apuração com transparência”, disse.
O governo Lula tentou evitar a instalação da CPMI. No Palácio do Planalto, o receio era que o colegiado virasse um palco para a oposição. Sem conseguir conter a abertura dos trabalhos, a articulação política atuou para ter maioria entre os integrantes do grupo que vai investigar os atos.
O calendário dos trabalhos será definido pela relatora Eliziane Gama, mas, em um primeiro momento, foi proposto um cronograma com uma reunião por semana.
Os trabalhos tem prazo de seis meses para conclusão.