Afeganistão: China pode fazer Talibã ser menos radical, analisa Jaime Spitzcovsky

O jornalista avalia que uma pressão chinesa em troca de ajuda econômica ao grupo pode tornar os extremistas menos radicais

Imagem mostra soldado atirando em afegão que tentava pular o muro. Reprodução: Redes sociais
Imagem mostra soldado atirando em afegão que tentava pular o muro.
Reprodução: Redes sociais

O jornalista Jaime Spitzcovsky afirma que o Talibã vai ter que enfrentar uma realidade internacional diferente agora do que quando ocupou o poder entre 1996 e 2001. Essa realidade é marcada pela ascensão da China, que tenta limitar o excesso de violação provocadas pelo grupo extremista. O integrante do grupo de análise da Conjuntura Internacional da USP participou nesta terça-feira (17) do BandNews Station, com Carla Bigatto.

Jaime relembra que a China tem uma pequena fronteira com o Afeganistão, de 76km, na parte mais ocidental. Pequim incluiu, em 2016, o Afeganistão em seu grande projeto de infraestruturas, as "Novas Rotas da Seda". Mas, por falta de segurança, os investimentos chineses foram modestos no país: 4,4 milhões de dólares em 2020. Agora, a China não quer que o Talibã estimule o movimento separatista e tem interesse que o grupo seja menos radical, em troca oferecerá ajuda econômica.

A China criticou repetidamente a apressada retirada dos Estados Unidos do Afeganistão, que considera um fracasso de liderança.

No pronunciamento, transmitido a partir da Casa Branca nesta segunda-feira (16), Biden reconheceu que o avanço do Talibã pegou de surpresa o governo americano.

“A declaração do presidente mostra o quanto os EUA não entendem o Afeganistão. Isso é uma característica que marca a intervenção dos EUA não apenas nesse país”, afirma o jornalista Jaime Spitzcovsky.

Acompanhe a entrevista completa: