Adversários de Jair Bolsonaro acionaram o Tribunal Superior Eleitoral para que o presidente seja proibido de usar na campanha o discurso na ONU desta terça-feira (20), na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Como é tradição, o presidente brasileiro é o primeiro a falar no evento, realizado em Nova York. Bolsonaro falou por cerca de 20 minutos.
Os candidatos à Presidência Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram os autores do pedido.
Bolsonaro fez um discurso com temas voltados ao público interno. Em Nova York, o candidato à reeleição utilizou o espaço na ONU para criticar governos do PT e elogiar feitos do próprio mandato.
No início do pronunciamento, o presidente disse que não poupou esforços para combater a Covid-19 e citou o auxílio emergencial, benefício concedido pelo governo em meio à pandemia. Embora já tenha se posicionado diversas vezes contra a vacinação obrigatória, Bolsonaro citou que o país tem um amplo programa de imunização e que 80% da população recebeu as doses.
Em referência indireta ao ex-presidente Lula, o atual presidente afirmou que acabou com a corrupção na Petrobras.
A campanha de Ciro Gomes reagiu e disse que o presidente “aproveitou-se do momento para introjetar no seu discurso as pautas de campanha que veicula no âmbito da sua propaganda eleitoral".
"O pronunciamento do Senhor Jair Messias Bolsonaro fez alusão a um 'Brasil do passado’, em ordem a demonstrar que o seu governo foi um ‘divisor de águas’, o que revela a potencialidade de ocorrência de abuso de poder político, especificamente quando se adentra nos meandros de temas atinentes à campanha eleitoral", acrescenta a ação.
Já Soraya Thronicke teve a ação protocolada antes do pronunciamento, no domingo (18). Ela alegou que Bolsonaro poderia ter um discurso político na ONU: "em mais uma da série de subversões de eventos oficiais para a promoção de sua candidatura, muitos dos quais já censurados por este Tribunal, pretende o representado utilizar em seu favor os registros de imagem e vídeos coletados em eventos internacionais aos quais somente comparecerá dada sua condição de Chefe de Estado.”