Acusado por genocídio de Ruanda, homem mais buscado no mundo é preso

Fulgence Kayishema, que estava foragido desde 2001, é acusado por organizar e executar o assassinato de duas mil pessoas da etnia tutsi que estavam refugiados dentro de uma igreja católica na cidade de Nyange

BandNews FM

Acusado por genocídio de Ruanda, homem mais buscado no mundo é preso
Acusado por genocídio de Ruanda mais buscado no mundo é preso na África do Sul
Reprodução/ONU

A Polícia da África do Sul prendeu Fulgence Kayishema, o suspeito mais procurado do mundo pelo genocídio em Ruanda, um dos piores massacres da história recente da humanidade. A prisão foi confirmada nesta quinta-feira (25) pelo tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) para Crimes de Guerra.

O homem, que estava foragido desde 2001, é acusado por organizar e executar o assassinato de duas mil pessoas da etnia tutsi que estavam refugiados dentro de uma igreja católica na cidade de Nyange, em 1994. Ele deve comparecer ao tribunal da Cidade do Cabo nesta sexta-feira (26).

Segundo a acusação, Kayishema comprou e distribuiu a gasolina para incendiar a igreja. Ele ainda teria usado uma escavadeira para derrubar a estrutura após o incêndio, mesmo com as pessoas ainda presas no local.

“O genocídio é o crime mais grave conhecido pela humanidade. A comunidade internacional se comprometeu a garantir que seus perpetradores sejam processados e punidos. Essa prisão é uma demonstração tangível de que esse compromisso não esmorece e que a justiça será feita custe o que custar”, declarou Serge Brammertz, promotor do tribunal da ONU para Crimes de Guerra.

Durante o genocídio em Ruanda, extremistas hutus assassinaram 800 mil pessoas da minoria étnica tutsi, incluindo mulheres e crianças, e até mesmo hutus moderados em apenas quatro meses. O massacre só foi interrompido quando as tropas da Frente Patriótica de Ruanda (RPF), lideradas por Paul Kagame, derrotaram os rebeldes hutus e tomaram o controle do país.

Nos últimos anos, vários acusados de envolvimento nos crimes, entre eles políticos que desempenham altos cargos no governo ruandês na época, foram presos.