Acordo entre Rússia e Ucrânia derruba cotação do trigo e milho

Queda no valor dos grãos na Bolsa de Chicago representa alívio para países que sofrem com a inflação e possibilidade de falta de produtos

BandNews FM

Rússia também fechou um acordo para a exportação de produtos agrícolas Reprodução
Rússia também fechou um acordo para a exportação de produtos agrícolas
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A cotação do trigo e do milho fecharam a sexta-feira (22) em queda após a assinatura de um acordo entre Rússia e Ucrânia para permitir o escoamento da produção agrícola do país em guerra há 150 dias. Ambas as nações representam 30% do comércio global de trigo.

Desde o início do conflito no leste europeu, os preços da commodity estão em alta e pressionam a inflação global dos alimentos. Aqui no Brasil, levando em conta também as elevações do câmbio, o preço do pão francês e das massas já subiu mais de 10% neste ano.

Com a promessa de liberar as exportações por três portos ucranianos, sendo o de Odessa o principal, os mercados se mostraram mais otimistas com a oferta de produtos agrícolas. A sexta (22) foi de queda de 5,86% na cotação do trigo na Bolsa de Chicago e de 1,99% no valor do milho.

Em um acordo mediado pela Turquia e pela ONU, negociadores de Rússia e Ucrânia aceitaram liberar a circulação de navios com grãos pelo Mar Negro. Os turcos vão fiscalizar as embarcações para impedir o tráfico de armas.

A Rússia também fechou um acordo para a exportação de produtos agrícolas e fertilizantes para outras nações europeias.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que a negociação atual é uma esperança para dias melhores. Enquanto o secretário-geral na ONU, António Guterres, disse ser um alívio para países em desenvolvimento a queda nos preços e a redução da fome.

O presidente ucraniano disse ter à disposição US$ 10 bilhões em grãos para exportação. Volodymyr Zelensky comemorou o resultado do acordo e a liberação dos portos para o escoamento da produção. Segundo ele, existem grãos da safra passada que ainda podem ser negociados.