O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, que ligava os estados do Tocantins e Maranhão, no último domingo (22), revela a precariedade estrutural de muitas pontes federais no Brasil. Segundo levantamento do jornal Folha de São Paulo, 727 estruturas administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) são classificadas como críticas ou ruins, representando 12,5% das 5.827 pontes sob responsabilidade do órgão.
Entre essas, 130 estão na pior categoria (crítica), enquanto 597 apresentam condições ruins, como a ponte que colapsou, localizada na BR-226. Estados como Minas Gerais, Bahia e Ceará concentram o maior número de pontes em situação crítica.
De acordo com o Ministério dos Transportes, será aberta uma sindicância para apurar as causas do acidente e eventuais responsabilidades. A pasta também anunciou que uma balsa provisória será instalada para cruzar o rio Tocantins, enquanto alternativas são planejadas para o tráfego de cargas pesadas.
A ponte que desabou era parte estratégica da Transamazônica (BR-230), conectando o Nordeste e a Amazônia. O Dnit informou que a estrutura havia passado por manutenções recentes, mas um edital de reabilitação lançado em 2024 não atraiu empresas interessadas.
O incidente deixou pelo menos uma morte confirmada, 15 desaparecidos e um ferido hospitalizado. Pelo menos 10 veículos, incluindo caminhões, estão submersos no rio Tocantins. Segundo o Corpo de Bombeiros, um dos caminhões que caiu no rio transportava agrotóxicos, aumentando o risco de contaminação para os mergulhadores envolvidos na operação.