A Prefeitura de São Paulo divulgou que espera mais de 15 milhões de foliões sambando pelas ruas da capital paulista. Um número que pode ser um tanto exagerado, pelo menos para a Mariana Aldrigui, professora de Turismo da USP.
Em conversa com apresentador André Coutinho no “Partiu, Bandnews” exibido neste domingo (11), a especialista explicou porque o número parece um tanto irreal para a folia paulistana.
“Houve um momento que se falava de dois ou três milhões, o que é perfeitamente possível. Agora, 15 milhões é maior que o número de moradores da cidade de São Paulo, então precisa ter um pouco mais contexto. Estamos falando de 15 milhões de foliões, contando o mesmo folião mais de um dia?”, afirmou a pesquisadora.
A cidade de São Paulo conta com 11,4 milhões de habitantes, segundo os dados do Censo de 2022. Para efeito de comparação, o carnaval do Rio de Janeiro, o mais famoso do mundo, espera contar com sete milhões de pessoas durante a festa, segundo a estimativa da Prefeitura do Rio.
Aldrigui ainda destaca que se de fato as ruas de São Paulo são tomadas por tantas pessoas no carnaval, muito provavelmente a cidade teria muitas dificuldades para lidar com esse fluxo.
“O metrô não comporta 15 milhões de pessoas, a gente não tem Uber ou táxi para 15 milhões de pessoas. A gente não tem hospedagem para 10% desse valor, sendo o que geralmente atribuem ao turismo”, explicou.
Para ilustrar o quanto é difícil que o número seja real, a professora mostrou qual seria um tamanho de um bloco único com todo esse volume de foliões.
Quantos quilômetros dariam 15 milhões de pessoas caminhando na cidade? Eu já fiz esse cálculo, dá 200 km de gente andando. A gente não tem 200 km de blocos tomando as ruas.
Para o carnaval de 2024, a Prefeitura de São Paulo afirma que 536 blocos desfilarão pelas ruas da cidade.
Aldrigui destaca que mesmo um número reduzido de foliões não significa que o carnaval de São Paulo seja um fracasso de público.
“A gente não sabe contar os milhões. Se na Avenida Paulista couber um milhão, e isso é bastante, e um milhão de pessoas estiverem dispostas a gastar R$ 50, R$ 60 naquele dia, o impacto econômico já espetacular”.
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