No dia em que a Lei Seca completa 15 anos, os dados coletados pelo Ministério da Saúde e divulgados pelo Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), indicam que, entre 2010 e 2021, a quantidade de mortes por ano caiu de sete para cinco por 100 mil habitantes.
O índice por mortes provocadas por acidentes de trânsito relacionados com o consumo de álcool cai para 32%.
O documento também aponta que 10.887 pessoas morreram por causa da mistura de álcool com direção, uma média de 1,2 óbito por hora, no ano de 2021. Já as hospitalizações por álcool e direção cresceram 34% no país.
De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), em 2008, quando a lei entrou em vigor, foram registradas 38.273 mortes em todo o país pela relação álcool e direção.
O presidente da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Antônio Meira, explica que os acidentes acontecem por causa dos efeitos do álcool no organismo, mesmo em pequenas doses:
“O consumo de álcool reduz a percepção da velocidade e dos obstáculos, interfere nos reflexos e na habilidade de controlar o veículo. O álcool diminui a visão periférica, ele diminui as barreiras morais e faz perder a autocrítica. O condutor acaba desrespeitando as leis de trânsito, ultrapassando os limites estabelecidos naquela via, não respeitando a sinalização e acaba negligenciando os riscos. ”
A maioria das vítimas de acidentes causados por consumo de bebida alcoólica é homens, 85% deles são hospitalizados e 89% das causas de morte por álcool também são em pessoas do sexo masculino.