Veracidade de depoimento de Dominguetti é questionada por senadores na CPI

Pedido de prisão por falso testemunho foi negado por presidente da comissão

Veracidade de depoimento de Luis Dominguetti é questionada por senadores na CPI da Pandemia Foto: Agência Senado/Edilson Rodrigues
Veracidade de depoimento de Luis Dominguetti é questionada por senadores na CPI da Pandemia
Foto: Agência Senado/Edilson Rodrigues

O depoimento de Luiz Paulo Dominguetti na CPI da Pandemia nesta quinta-feira (01) foi marcado por questionamentos de senadores sobre a veracidade das acusações feitas por ele. O presidente da comissão, Omar Aziz, negou o pedido de prisão em flagrante por falso testemunho do depoente.

O policial militar foi convocado depois de revelar que representantes do Ministério da Saúde pediram propina de U$ 1 por vacina negociada. Dominguetti diz que atuou como intermediário da empresa Davati Medical Supply com oferta de doses da Astrazeneca.

No depoimento, ele apresentou um áudio atribuído ao deputado Luis Miranda  (DEM-DF) em que, segundo o depoente, mostra a tentativa do parlamentar de tentar comprar imunizantes com a empresa; o áudio, no entanto, não cita a palavra vacina.

Segundo o deputado, se trata de uma negociação antiga para aquisição de luvas; Luis Miranda afirmou que vai pedir a prisão do depoente. Horas depois, outro representante da Davati, Cristiano Alberto Carvalho, desmentiu que o áudio se tratasse da compra de vacinas. Ele foi o responsável por encaminhar o arquivo a Dominguetti.

O celular foi apreendido e periciado pelos senadores na CPI. O policial confirmou a edição do áudio, mas disse que a gravação foi entregue daquela forma. O deputado Luis Miranda chegou a invadir a sessão e acusou Dominguetti: “Estou sendo massacrado por desmantelar um esquema de corrupção”, se referindo ao escândalo da Covaxin.

Senadores levantaram a possibilidade de o áudio ser uma estratégia de confundir os trabalhos na comissão. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES) pediu a prisão em flagrante de Dominguetti por falso testemunho, alegando que o arquivo foi plantado, e se tratava de uma fraude.

"No momento mais grave no país, as pessoas (do Ministério da Saúde) estavam negociando dinheiro por insumos. Isso é de uma gravidade absurda. Temos um presidente que não tem a capacidade de desmentir a denúncia. Isso é o nível em que o Brasil chegou. Eu lamento. Peço à presidência que avalie a prisão em flagrante", afirmou Alessandro.

O presidente da comissão, Omar Aziz, negou o pedido. "Eu não tenho intenção, peço até desculpa ao senador Alessandro, de te prender. Porque imagino seus filhos, filhas e esposa te vendo nesse momento. O que a gente não quer para a gente, a gente não deseja para os outros", disse o senador.