Vídeo mostra prisão de médico investigado pela morte de pacientes

Médico estaria exercendo suas atividades profissionais em um hospital de Caçapava, segundo a Polícia Civil

Redação Band Vale

Vídeo mostra prisão de médico, em Caçapava, investigado pela morte de pacientes
Polícia Civil

Um vídeo registrou o momento da prisão do médico João Batista do Couto Neto, indiciado por homicídio doloso pela morte de ao menos 38 pacientes na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele foi preso nesta quinta-feira (14) em Caçapava, no interior de São Paulo. 

De acordo com as informações da Polícia Civil, os policiais da 1ª DIG/DEIC receberam informações sobre a possível localização do médico Dr. João Batista do Couto Neto, procurado pela Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. 

As informações indicavam que ele estaria hospedado em um hotel em Caçapava. Durante as diligências para localizá-lo, novas informações foram obtidas, sugerindo que o médico estaria exercendo suas atividades profissionais no hospital daquela comarca. 

Em resposta, as equipes foram deslocadas para o local, onde conseguiram efetuar a prisão do homem. Em desfavor do médico, constava um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara do Júri da Comarca de Novo Hamburgo.

O que diz a Fusam 

A Fundação de Saúde e Assistência do Município de Caçapava (FUSAM) afirma que “O médico prestava serviços ao hospital mediante contrato com a empresa ARCHANGELO CLÍNICA MÉDICA LTDA, desde 8 de novembro de 2023, não tendo vínculo empregatício com a Fundação; Sua atuação era estritamente atendendo pacientes do Pronto Socorro e visitas na Clínica Médica, não tendo nenhum registro de intercorrência com os pacientes; Na certidão de antecedentes criminais e no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, nada consta que desabone a conduta do profissional. A FUSAM está à disposição para auxiliar os trabalhos do Poder Judiciário”.

O que diz a Prefeitura de Caçapava

Em nota, a prefeitura afirma que está acompanhando o caso envolvendo a fundação municipal de saúde que é a responsável pela contratação e fiscalização da empresa Archangelo Clinica médica LTDA, responsável pelo profissional médico que atendeu no hospital. 

A secretaria municipal de saúde aguarda todo os trâmites administrativos e jurídicos internos de averiguação da fundação estando a secretaria de saúde à disposição para apoio administrativo e jurídicos, se necessário.

O que diz a Archangelo Clínica Médica

Em nota, a empresa diz que firmou contrato com a Fusam no dia 08 de novembro de 2023, para prestação de serviços médicos de clínica e pronto socorro adulto na sede da Fusam pelo prazo de 12 meses.

Informou também que foram surpreendidos com a notícia a respeito de João Batista do Couto Neto, além de que o médico já atuava na Fusam desde o mês de outubro de 2023, não havendo nenhuma reclamação sobre o médico por parte da Fundação ou qualquer impedimento perante o CREMESP, para a continuidade na prestação dos serviços. A substituição do médico já foi feita e o desligamento de João Batista já está sendo analisado pela administração e jurídico da empresa.

O que diz a defesa do médico João Batista

Em nota, o advogado afirma que “A decisão não se reveste de qualquer fundamento fático ou jurídico e constitui clara antecipação de pena, com a finalidade de coagir e constranger o médico. Importante salientar que ele jamais descumpriu qualquer medida cautelar e não representa nenhum risco à sociedade. Impetraremos ordem de habeas corpus o mais breve possível para cessar a prisão”.

Investigação

A polícia recebeu mais de 100 denúncias contra o médico, acusado de causar lesões ou até morte em pacientes. A maioria dos casos é que são perfurados órgãos que não dizem respeito à cirurgia realizada. 

“Por exemplo, ele fazia uma cirurgia de hérnia e acabava perfurando o intestino. Ele fazia uma cirurgia de pedra na vesícula e acabava cortando o fígado”, afirmou o delegado da Polícia Civil. 

Pelo menos 38 pessoas teriam morrido pelos erros do profissional. Em fevereiro deste ano, já com o registro suspenso, João Couto se inscreveu no CREMESP, o Conselho de Medicina de São Paulo. A defesa do médico garante que ele não descumpriu a decisão da Justiça e que poderia atuar em outras áreas da profissão sem realizar cirurgias. 

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