Vale do Paraíba tem redução no número de mortes em confrontos com a polícia

Dados apontam queda de 75% em comparação com as mortes do primeiro semestre do ano passado

Redação Band Vale

Os dados são da Secretaria de Segurança Pública Arquivo/ Rauston Naves
Os dados são da Secretaria de Segurança Pública
Arquivo/ Rauston Naves

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba registrou no primeiro semestre desse ano o menor número de mortes em confrontos com a polícia nos últimos 9 anos. Foram 4 óbitos no período, uma redução de 75% em comparação com as 16 mortes do primeiro semestre do ano passado.

Os dados são da Secretaria de Segurança Pública, referentes as ocorrências em que a Polícia Militar, e Civil, mataram os suspeitos. Em todos os casos não foi registrado erro policial, ou seja, os agentes agiram em legitima defesa, ou na proteção de terceiros.

Segundo o ouvidor da Polícia, doutor Elizeu Soares, a queda nas mortes tem um motivo:

“Primeiro uma visão da SSP e do comando da polícia de trabalhar, ter uma ação mais concreta sobre a ação policial. Então você tem hoje uma comissão chamada de comissão de não conformidade. Então os próprios comando já procuram orientar, ver as circunstancias de cada ação policial. Uma outra ação importante é o problema das ferramentas tecnológicas que tem um objetivo de proteger o policial e proteger as pessoas.”

O coronel reformado da Polícia Militar, e especialista em segurança, José Vicente, frisa que além das Câmeras corporais, os protocolos operacionais da Secretaria de Segurança Pública foram aprimorados, contribuindo para o dado:

“Essa queda não é por acaso. Há cerca de três anos a PM desenvolveu um programa para a contenção da letalidade durante serviço policial de sempre criar em cada região do estado, inclusive do Vale do Paraíba, um setor para acompanhamento de cada caso, para investigar para cada caso. Os policiais também foram submetidos à um programa de acompanhamento psicológico em cada caso de fatalidade em serviço. E a implantação das câmeras que ajudaram bastante, já que ela faz um grau de vigilância das ações policiais.”

Atualmente cerca de 5 mil policiais militares utilizam o equipamento em São Paulo. Aqui no Vale, todos os agentes do BAEP de São José dos Campos usam as câmeras no colete, registrando todo áudio e vídeo das ações policiais

Porém mesmo com a redução, o ouvidor da Polícia, Doutor Elizeu Soares, ressalta que o trabalho de combate ao crime é uma constante e para evitar abusos por parte da população e dos policiais a câmera corporal é um importante fator de verificação:

“A ouvidoria também atende a demanda de policiais que são avincados por superiores hierárquicos na sua função, policiais também que são vítimas de violência de assedio moral por parte de superiores hierárquicos. Por outro lado a atividade policial tem que estar estritamente na legalidade. A boa atividade policial é a atividade que está circunscrita a formalidade.”

O coronel José Vicente aponta que o equipamento pode auxiliar inclusive nos processos judiciais das ocorrências:

“Para aqueles que trabalham corretamente, é um poderoso auxiliar. Nós temos casos de pessoas filmando uma ação policial que teve a morte como consequência, e a câmera no corpo pegou um contexto que parece o agressor tirando uma pistola para reagir ao policial. Não só em casos de morte, mas frequentemente criminosos alegam agressão por parte dos policiais, as imagens são recuperadas e mostra a correção do comportamento policial.”

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que o compromisso das forças de segurança no Estado de São Paulo é com a vida, razão pela qual “medidas para a redução de mortes são permanentemente estudadas e implementadas”.

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