A BASF está transformando seu Complexo Químico de Guaratinguetá, em São Paulo, em um verdadeiro laboratório de inovação. Com uma série de projetos desenvolvidos pelos colaboradores, a maior fábrica da empresa na América do Sul aposta na digitalização dos processos fabris e entra na era da inteligência artificial (IA). Os avanços promovidos por essa modernização trazem mais segurança, aumentam a eficiência, além de promover uma operação ainda mais sustentável.
O uso de novas tecnologias e de soluções próprias está impulsionando uma nova forma de produzir química na planta. Ainda em 2018, a BASF celebrou a criação de um departamento dedicado à busca por inovação. O gerente sênior de Digitalização para Produção e Tecnologia, Pedro Queiroga, revela que, na época, era necessário superar desafios básicos, como a falta de conectividade nas fábricas e a dependência de processos manuais. “Chegamos para quebrar barreiras e, desde então, construímos uma trilha de inovações que estão nos possibilitando modernizar nossas operações”, garante.
Um dos grandes marcos da área é a Permissão de Trabalho Digital. O documento, com validade legal, é emitido para a execução de atividades consideradas como não rotineiras. De tarefas simples até às mais complexas, todos os procedimentos realizados precisam ser autorizados pelos responsáveis definidos pela empresa, por meio deste ofício. Na BASF, esses documentos eram preenchidos e assinados manualmente. Além da morosidade, milhares de folhas de papal eram utilizadas e a necessidade de armazená-los durante anos tornava o processo ainda mais complexo.
“Desenvolvemos uma ferramenta com certificações válidas legalmente pelo governo brasileiro e, hoje, somos a primeira unidade da região que usa esse documento 100% digital”, afirma Queiroga. A Permissão de Trabalho Digital, que teve sua etapa final concluída em 2024, já está trazendo mais agilidade, assertividade, além de contribuir para os compromissos sustentáveis assumidos pela empresa.
Em toda América do Sul, são utilizados cerca de mil dispositivos industriais (entre tablets, celulares, coletores etc.), sendo que a maioria está localizada no Complexo Químico de Guaratinguetá. Esse volume é significativo e demonstra que todos os procedimentos estão conectados. Isso facilita o tratamento dos dados da operação e abre caminho para o uso de inteligência artificial. Esse nível de maturidade digital coloca a BASF como uma das mais inovadoras do setor.
“Já estamos utilizando IA em diversas aplicações dentro do complexo”, revela Queiroga. Por meio de câmeras integradas aos sistemas criados pelos desenvolvedores da empresa, a BASF consegue fazer a proteção perimetral e identificar movimentações e ocorrências fora dos padrões. Isso auxilia na prevenção de problemas ou na resolução de questões de conformidade de procedimentos, como a falta de equipamentos de proteção individual por parte dos colaboradores. O executivo explica que, com o uso da tecnologia, a BASF consegue trazer a cultura da análise de dados, prever ações, criar robôs e alimentar o sistema para trazer ainda mais inovações ao complexo.
Outro exemplo de inovação é o Subway, um sistema de transporte pneumático de amostras. O projeto automatizou o envio de material das plantas produtivas até o Laboratório Central de Controle da Qualidade. Antes, essa tarefa envolvia longas caminhadas pela fábrica, sujeitas a interrupções e atrasos. Com a iniciativa, o envio é feito por tubulações suspensas, de mais de 2 quilômetros de extensão, que interligam todo o complexo, acelerando a liberação de produtos. Desde sua implementação, o sistema já transportou mais de 200 mil amostras.
Em 2023, a BASF investiu € 20 milhões em infraestrutura e expansão da capacidade produtiva em Guaratinguetá, reforçando seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento sustentável. Mais de 2 mil pessoas trabalham nesta planta da BASF, consolidada como um polo de inovação da empresa para o mundo todo. Cerca de 90% da equipe de Digitalização para Produção e Tecnologia da BASF na América do Sul está em Guaratinguetá. “A mágica acontece aqui. A cidade é um berço de soluções de inovação para a BASF global”, finaliza.