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Trabalhadores da Novelis em Pinda cruzam os braços para negociar adicional de trabalho; empresa acusa sindicato

Empresa atua no ramo do alumínio e emprega atualmente 1.300 pessoas em Pinda

Redação Band Vale

Novelis emprega atualmente 1.300 pessoas em Pinda Guilherme Moura/Divulgação Novelis
Guilherme Moura/Divulgação Novelis

Os trabalhadores da fábrica Novelis, em Pindamonhangaba, fizeram uma paralisação na manhã desta quinta-feira (12), para cobrar o pagamento de um adicional de revezamento de turno, em função de uma jornada de trabalho diferente, e também reivindicar pela campanha salarial. A Novelis diz que o Sindicato dos Metalúrgicos bloqueou o acesso à fábrica, impedindo a chegada dos veículos com os funcionários, e nega que houve mudanças nos turnos de trabalho. 

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a jornada aplicada na Novelis é a mais prejudicial para a saúde dos funcionários. Todos na produção mudam de turno a cada semana, o que provoca distúrbios do sono, stress, além de comprometer o convívio social e aumentar as chances de doenças cardíacas.

De acordo com o presidente do sindicato, André Oliveira, por causa da agressividade da jornada, ela deveria ser de seis horas diárias, conforme determina a Constituição. Ela só é permitida de oito horas por meio de acordo coletivo com os sindicatos, que negociam alguma compensação, como o adicional de turno. Na GV do Brasil, outra metalúrgica da cidade, os trabalhadores recebem 20% de adicional por esse revezamento.

Ainda segundo André, hoje a Novelis está operando de forma irregular, sem acordo, pois o antigo terminou no dia 31 de julho. No meio da negociação do novo acordo a empresa deu a questão como encerrada.

MOTIVO

Outro assunto pautado foi a Campanha Salarial. Há mais de um mês a pauta de reivindicações foi entregue para as bancadas patronais, no dia 29 de junho, mas até agora o Sindicel, que representa a Novelis, não respondeu.

O ato foi realizado em um campo aberto, próximo à fábrica, no distrito do Feital, para atender aos protocolos de saúde da pandemia.

A Novelis atua no ramo do alumínio e emprega atualmente 1.300 pessoas em Pinda. O último relatório financeiro da empresa apresentou crescimento recorde do lucro líquido em 597%. 

OUTRO LADO

Confira a íntegra da nota envida pela Novelis à imprensa:

Em relação às informações publicadas sobre o ocorrido na manhã de hoje (12/08), nos arredores da sua fábrica, em Pindamonhangaba, envolvendo o Sindicato dos Metalúrgicos, a Novelis esclarece dois pontos importantes:

Não é correto afirmar que houve paralisação de funcionários da empresa. Na realidade, membros do Sindicato bloquearam vias de acesso à fábrica, impedindo a passagem dos veículos que levavam os funcionários da Novelis, impossibilitando que chegassem à fábrica para realização de suas atividades. A atitude por parte do Sindicato, inclusive, desrespeita Acordo Judicial entre as duas partes, assinado em 15 de março de 2021, no qual a entidade se compromete a não realizar bloqueios que impeçam o direito de ir e vir dos funcionários da empresa, prestadores de serviço e da população em geral da região. 

Ao contrário do que o Sindicato afirma, não houve mudanças no turno de trabalho dos colaboradores, de 6 horas para 8 horas diárias. Desde 1989, a empresa possui acordo com o próprio Sindicato que consiste em prática de turnos de revezamento de 8 horas. O mesmo documento se manteve válido a partir de renovação assinada recentemente por 5 dos 6 membros da Comissão de Sindicalistas da Novelis. A companhia entende a importância de ouvir os interesses dos seus colaboradores, e por meio de pesquisa realizada com consultoria contratada, evitando qualquer tipo de influência, questionou se havia interesse em alterar o regime de turnos atual. O resultado apontou que 90% dos funcionários que atuam na fábrica não queriam passar por qualquer mudança nesse sentido. 

Mais uma vez, a Novelis enfatiza o respeito que possui em relação às atividades desenvolvidas pelas entidades de classe e que preza pelo diálogo transparente entre as partes, de forma pacífica e organizada. E ainda, que a segurança e a integridade de seus profissionais são prioridades absolutas, e que opera sempre em concordância com as leis trabalhistas vigentes.

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