Na manhã desta quarta-feira (26), os trabalhadores da Avibras fecharam a Rodovia dos Tamoios. Eles protestam contra os atrasos salariais e pedem a estatização da fábrica.
Segundo a Concessionária Tamoios, o trânsito parou na altura do km 13, sentido Litoral. Às 09h55, o trecho já estava liberado.
O que diz a Avibras
"A Avibras está fortemente empenhada em garantir a sua recuperação com várias iniciativas em andamento e permanece confiante na retomada dos negócios em breve. Sobre a questão salarial, a empresa está empenhando todos os esforços para obter os recursos e regularizar a situação salarial de seus colaboradores. À medida que houver a entrada de recursos no caixa da empresa, a prioridade será o pagamento dos salários atrasados."
O que diz o Sindicato
Um dia antes da assembleia geral de credores da Avibras, marcada para esta quinta-feira (27), os trabalhadores da fábrica fecharam a Rodovia dos Tamoios, que liga São José dos Campos ao Litoral Norte, em protesto contra os atrasos salariais e pela estatização da fábrica.
A manifestação aconteceu na manhã de hoje (26), com trabalhadores da Avibras organizados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
Os manifestantes iniciaram a passeata no km 12, às 9h30, seguiram por dois quilômetros e terminaram às 10h30, na porta da fábrica, em Jacareí (SP), entoando: “João Brasil, seu caloteiro, cadê o meu dinheiro”. Eles se referiam ao proprietário da Avibras, João Brasil Carvalho Leite.
Os funcionários estão em greve desde o dia 9 de setembro e reivindicam o mais básico dos direitos: o salário. São profissionais qualificados, inclusive com atuação em programas das Forças Armadas Brasileiras.
Estatização
O Sindicato defende a estatização da Avibras como único caminho para manter a empresa a serviço do Brasil. Em março, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando reunião para que seja discutido o futuro da fábrica e dos trabalhadores. Ainda não houve retorno.
A Avibras, reconhecida e certificada como estratégica pelo Ministério da Defesa, está em recuperação judicial. É a terceira vez em sua história que passa por esse processo. Nos últimos meses, a direção da empresa vem dando sinais de que poderá vender parte do seu controle acionário. Sua venda traria grandes perdas para o país, em especial na área de tecnologia.
Em 62 anos de história, a Avibras desenvolveu a capacidade de produção de armamentos e equipamentos do setor bélico, como mísseis, lançadores de foguetes, veículos blindados, bombas inteligentes, sistemas de comunicação por satélite e Veículos Aéreos Não Tripulados.
Assembleia de credores
Na Assembleia Geral de Credores da Avibras, que acontece amanhã (27), a empresa deverá apresentar um plano de pagamento de dívidas, incluindo as trabalhistas. Esta será a terceira assembleia marcada durante o processo de recuperação judicial.