O último levantamento do TCE (Tribunal de Contas do Estado) mostra que quase 70 obras estão paradas ou atrasadas no Vale do Paraíba. Os números representam um retrato da burocracia e do descaso com o dinheiro público.
Orçada inicialmente em mais de R$2 milhões, uma creche no Jardim Primavera, em Guaratinguetá, deveria estar em plena atividade desde 2017. O trabalho parou e cinco anos depois o local ainda não foi entregue pra população.
O prédio inacabado e outras obras em atraso são alvos de um levantamento do Tribunal de Contas do Estado, como reforça o diretor regional do TCE.
“No Vale do Paraíba a gente faz uma análise de todas essas obras que estão paralisadas e estabelece a partir dali uma matriz de risco para a realização de uma fiscalização especifica naquelas que estão com situação mais grave. A gente vai acompanhando pra ver qual a situação de cada um dos municípios envolvidos.”
Depois de três anos, o trabalho de revitalização do Mercado Municipal de Guaratinguetá também está atrasado. os clientes precisam circular entre o canteiro de obras, enquanto os donos das bancas dividem espaço com as equipes da prefeitura.
De acordo com Mário Augusto, diretor de turismo da cidade, “uma obra de 2018, que teve sua intercorrência por parte da primeira empresa contratada e consequentemente tivemos o problema da pandemia. Devemos ressaltar que já foi preparada para que não houvesse fechamento do mercado municipal, ou seja, o respeito aos permissionários e ao consumo de modo geral.”
A obra foi retomada no início deste ano após a companhia de desenvolvimento de Guaratinguetá, CODESG, assumir os serviços. inicialmente, foram investidos quase R$3 milhões nas melhorias da infraestrutura do espaço, revitalização, ampla reforma, troca do telhado.
Em 2019 foi anunciado um aditamento na casa dos R$ 6 milhões. Segundo Mário Augusto, a obra deve demorar para ser concluída. O prazo, agora, é maio do ano que vem.
“A gente espera que aconteça isso, mas é uma obra complexa, onde o que está sendo reformado é a hidráulica, a elétrica, toda a captação de água. Teremos todo esse centro histórico aqui revitalizado e entregue aos turistas e população de Guaratinguetá e região.”
O atraso na entrega do mercadão ainda não está no radar do Tribunal de Contas do Estado. Segundo o diretor regional do TCE, Sidinei Sarmento, a obra deve ser avaliada pra verificação dos protocolos no andamento e na execução dos trabalhos.
“Essa obra já tem muitos anos que está paralisada, depois ela foi retomada e agora parece que o município está retomando com recursos próprios. Nós estamos diligenciando e vamos apreciar a matéria mais devagar.”