Ronnie Lessa, condenado pela morte de Marielle, pede liberação da Justiça para fazer o Enem

Preso em Tremembé (SP), pedido de Lessa foi feito no dia 25 de outubro

Redação Band Vale

Ronnie Lessa, condenado pela morte de Marielle, pede liberação da Justiça para fazer o Enem
Reprodução

O ex-policial militar Ronnie Lessa, condenado a 78 anos de prisão pela morte da vereadora Marielle Franco e que cumpre pena em Tremembé (SP), entrou na Justiça com um pedido de liberação para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O pedido foi feito no dia 25 de outubro, uma semana antes de ser condenado pela morte da vereadora Marielle Franco e e do motorista Anderson Gomes. A prova será aplicada nos dias 10 e 12 de dezembro para pessoas privadas de liberdade.

O ex-policial recebeu uma negativa da diretoria da penitenciária em que está. A defesa de Lessa apresentou informações fornecidas pelo Diretor Técnico III da unidade prisional, que indicam a “impossibilidade de inscrição do sentenciado por motivos de segurança”. Confira o trecho: 

Inicialmente, observa-se que a defesa do sentenciado apresentou informações fornecidas pelo Diretor Técnico III da unidade prisional (págs. 964), as quais indicam a impossibilidade de inscrição do sentenciado por motivos de segurança.

Até o momento, não há uma conclusão se Ronnie Lessa poderá ou não fazer a prova do Enem.

Condenado a 78 anos de prisão

O ex-policial militar que confessou o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi condenado pelo Tribunal do Júri, decisão que saiu nesta quinta-feira (31), no segundo dia de julgamento. Ele foi condenado a 78 anos de prisão.

Dez pessoas prestaram depoimento sobre o caso, entre elas o próprio Ronnie Lessa. Ele disse que iria receber R$25 milhões pelo assassinato da parlamentar. Lessa ainda deu detalhes sobre como o crime foi planejado e disse que a morte foi encomendada porque Marielle estaria atrapalhando um esquema de loteamento de imóveis de milicianos.

Transferência para a P1

Preso desde 2019, acusado de participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM pode agora receber visitas. Lessa chegou à penitenciária na tarde de 20 de junho de 2024, após ser transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande na manhã do mesmo dia. A transferência foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido da defesa de Lessa.

Chegada na P1 marcada por “salve” do PCC 

Uma facção criminosa já teria ordenado a morte de Ronnie Lessa. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), que enviou ofícios a diversas autoridades, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e o Secretário de Administração Penitenciária, Marcelo Streinfinger, solicitando a reavaliação da transferência de Ronnie Lessa para a Penitenciária 1 de Tremembé.

O pedido do sindicato baseia-se em denúncias recebidas que indicam um risco iminente de segurança tanto para Lessa quanto para os policiais penais e demais servidores da unidade. Segundo informações recebidas pelo Sifuspesp por e-mail, uma facção teria ordenado a execução de Lessa. A denúncia também menciona que o líder dessa facção na unidade solicitou sua transferência.

“Cadeia dos Famosos”

A penitenciária 2 é conhecida nacionalmente por abrigar detento de casos de grande repercussão. A transferência de detentos para Tremembé visa garantir a segurança e a privacidade dos prisioneiros. Os procedimentos e o tratamento dos presos são os mesmos aplicados em outras unidades do estado de São Paulo, com a diferença no perfil dos detentos nessas unidades, com o intuito de prevenir conflitos.

Quem são os presos na "cadeia dos famosos"

Thiago Brennand foi o último detento de grande notoriedade que chegou na penitenciária. Além dele, o ex-jogador de futebol Robinho está preso na Penitenciária 2 (P2) há três meses. Robinho cumpre pena de nove anos de prisão por um estupro cometido na Itália.

Fernando Sastre, empresário e motorista de um Porsche acusado de provocar um acidente fatal em São Paulo no dia 31 de março, também está preso na P2 desde maio. A lista também conta com Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar a namorada Eloá Pimentel, em outubro de 2008. Antes de matar a adolescente, que na época tinha 15 anos, ele a fez de refém por mais de 100 horas em um apartamento na cidade de Santo André. Lindemberg foi condenado a 39 anos de prisão. 

Outro preso famoso é Christian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão após assassinar Manfred e Marísia Richthofen, pais da ex-cunhada Suzane, em outubro de 2002.

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