
O ex-jogador Robinho completa nesta sexta-feira (21), um ano preso na “cadeia dos famosos”, em Tremembé. Ele foi condenado a 9 anos em regime fechado pelo estupro coletivo de uma jovem albanesa em uma casa noturna na Itália em 2013.
O ex-atleta chegou em Tremembé na noite do dia 21 de março de 2024, após se entregar à Polícia Federal na cidade de Santos. Ele foi encaminhado para a Penitenciária 2 de Tremembé, que é conhecida como “cadeia dos famosos”, por abrigar e ter abrigado detentos de casos de grande repercussão, como Alexandre Nardoni, Suzane von Richthofen, Gil Rugai, Cristian Cravinhos, Lindemberg Alves, Fernando Sastre e Thiago Brennand.
Defesa de Robinho
A defesa de Robinho ainda tenta reduzir o tempo de cadeia e fazer com que o ex-jogador aguarde o recurso em liberdade. No Supremo Tribunal Federal, os advogados dele entraram com habeas corpus, que deverá ser julgado em breve.
Já no Superior Tribunal de Justiça, existe um embargo: um pedido para esclarecer possíveis omissões na decisão. A defesa de Robinho pede que haja equilíbrio entre a condenação da Itália e a lei brasileira, já que não há a tipologia de crime hediondo na Itália, e o STJ aplicou a figura do crime hediondo para o caso. A defesa entende que isso é incompatível.
Se a Justiça negar os pedidos e não houver revisão da pena, Robinho só deve conseguir o benefício do regime semi-aberto a partir de 2027, quando terá cumprido 40% da pena.
Caso Robinho
O caso Robinho ganhou um novo capítulo depois da morte de um amigo dele, também acusado de envolvimento no estupro coletivo na Itália. O ex-segurança de Robinho foi encontrado morto na última terça-feira (18), em Santos, no Litoral Paulista.
Segundo a polícia, Rudney Gomes de 46 anos, caiu do 11º andar de um prédio. No local onde o crime aconteceu, em 2013, Robinho e amigos comemoravam o aniversário do próprio Rudney.
Em fevereiro de 2023, o governo italiano havia pedido ao Brasil que homologasse a decisão do Judiciário italiano para que Robinho começasse a cumprir a pena, mesmo que em outro país – pela Constituição, o Brasil não extradita seus cidadãos para cumprimento de sentença emitida por autoridade estrangeira. Segundo a decisão do STJ, por nove votos a dois, Robinho deve ser preso em Santos, onde mora, para o início do cumprimento da pena, em regime fechado. A defesa do ex-jogador ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um habeas corpus ou de um recurso extraordinário.
O crime pelo qual Robinho foi condenado teve lugar na boate Sio Café, em Milão, e envolveu não apenas o ex-jogador e seu amigo Ricardo Falco, mas também outros quatro brasileiros, conforme relatado pela Procuradoria de Milão. Entretanto, os demais suspeitos deixaram a Itália durante as investigações e, consequentemente, não foram acusados, apenas mencionados no processo.
A vítima, uma mulher albanesa residente na Itália, afirmou que conhecia o então jogador e alguns de seus amigos, e que esteve na noite de 22 de janeiro de 2013 na casa noturna com o grupo, juntamente com mais duas amigas, para celebrar seu aniversário de 23 anos. Após a partida das amigas, segundo o relato da vítima, o brasileiro e seus amigos ofereceram-lhe bebidas alcoólicas que a deixaram inconsciente, impossibilitando-a de resistir à violência sexual.
Embora o jogador tenha admitido ter mantido relações sexuais com a vítima, ele negou veementemente que houve violência sexual. No entanto, por meio de gravações autorizadas pela Justiça italiana, o brasileiro foi registrado proferindo frases como "a mulher estava completamente bêbada".