A Universidade de Taubaté vai participar de uma pesquisa internacional sobre alterações climáticas na Amazônia e como estas alterações influenciam o clima, inclusive no Vale do Paraíba.
O representante da Unitau será o professor doutor Gilberto Fisch, meteorologista de formação e com quatro décadas de estudos dedicados à Amazônia.
A ideia da pesquisa, que será financiada por uma agência de fomento que atua na área científica no Reino Unido, a Natural Environmental Research Council, é saber se o desmatamento tem influência na umidade que é distribuída pela floresta para as demais regiões do Brasil, inclusive o Vale do Paraíba, conta o professor Fisch.
“A gente quer estudar é como o transporte de umidade da Amazônia, que influencia o Sudeste do Brasil, em particular o Estado de São Paulo e o Vale do Paraíba pode ser afetado no futuro. Nós vamos fazer simulações climáticas, quer dizer o que nos espera da Amazônia daqui até o final do século 21 e como esses cenários de transporte de umidade podem se alterar ao longo desse período”, contou Fisch.
O estudo do desmatamento é importante porque é necessário saber a influência disso neste transporte de umidade para a região, o que pode afetar até o ciclo das chuvas.
“Esse Transporte de umidade, que popularmente é chamado de “rios voadores” é muito importante para o ciclo hidrológico das regiões sul e sudeste e em particular para Vale do Paraíba, onde nós ficamos. Então, qualquer modificação que possa ocorrer na Amazônia vai influenciar no transporte e no ciclo hidrológico aberto. Então, a pesquisa é exatamente nesse sentido para saber como é a inter-relação e treçarcenários futuros do que nos espera daqui a dez anos, 20 anos, 30 anos”, disse o professor.
A pesquisa vai contar com pesquisadores do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Universidade de Manchester, da Inglaterra, e da Universidade do Estado do Amazonas. O professor Gilberto Fisch explica qual será a parte dele no estudo.
“Eu tenho me concentrado em exatamente tentar quantificar esse transporte de umidade da Amazônia para cá. Eu já tive alunos que são egressos do curso de Geografia da Universidade de Taubaté e que têm que ter trabalhado especificamente nessa linha. Atualmente, um deles já faz, inclusive, doutorado no INPE e é faz estudos já de simulação de como pode acontecer esse clima e esse transporte de umidade poderia ser afetado. A minha contribuição é mais nesse sentido. Contribuição científica por assim dizer.
Os “rios voadores” ou “rios aéreos” são enormes massas de água provenientes da Amazônia e estes corredores de umidade colaboram para as chuvas em diversas regiões do Brasil, em especial para as regiões Sul e Sudeste.