Preso em Tremembé (SP), dono de Porsche passa a dividir cela com outros detentos

Fernando Sastre estava alojado em uma cela, com dimensões de 2m x 4m, para passar pelo regime de observação que durou 10 dias

Redação Band Vale

Fernando Sastre Filho foi indiciado por homicídio doloso
Reprodução/Band

Acusado de provocar um acidente que matou um homem a mais de 100 quilômetros por hora, em São Paulo, no dia 31 de março, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, começou a dividir cela e poderá receber visitas na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, conhecida como a "cadeia dos famosos".

Fernando estava alojado em uma cela, com dimensões de 2m x 4m, destinada ao regime de observação, medida padrão que durou por 10 dias. A medida terminou neste domingo (19). As visitas na P2 acontecem aos finais de semana. 

Durante o processo de inclusão, o empresário recebeu um número de matrícula no sistema prisional e um kit padrão, composto por uniforme, materiais de limpeza e higiene pessoal, entre outros itens básicos. Quanto à alimentação, Fernando seguiu o cardápio padrão da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), fornecido a todos os custodiados da penitenciária. Ele agora passa a realizar todas as atividades junto com os demais presos

“Cadeia dos famosos”

O destino do acusado é a P2 de Tremembé (SP), conhecida como a “Cadeia dos Famosos”. A penitenciária é conhecida nacionalmente por abrigar detento de casos de grande repercussão, como Robinho, Gil Rugai, Cristian Cravinhos e Lindemberg Alves (Veja mais sobre o crime de cada um deles abaixo)

A Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, popularmente conhecida como P2, costuma receber presos de casos de grande comoção social. A unidade tem capacidade para mais de 390 presos entre o regime semiaberto e fechado. Construída em 1948, a Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado passou por uma reestruturação significativa após uma rebelião em 2000, que resultou na destruição parcial de suas instalações. 

Desde 2002, tornou-se destino para os denominados "presos especiais". Em reconhecimento à sua gestão exemplar, a penitenciária recebeu o prêmio de "Modelo de Gestão Penitenciária" em 2003. A capacidade da penitenciária é projetada para acomodar até oito presos por cela, sem enfrentar problemas de superlotação. Ademais, há nove celas individuais disponíveis. 

Oferecendo oportunidades de trabalho e educação, os detentos têm acesso a uma variedade de atividades produtivas, como a participação em uma oficina de reforma de carteiras escolares, uma fábrica de fechaduras, uma unidade de produção de pastilhas desinfetantes para vaso sanitário, e uma oficina de artesanato. Além disso, são oferecidas aulas de teatro e grupos de leitura, visando à reabilitação dos detentos e à remição de suas penas.

A unidade está integrada a um complexo prisional da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o qual inclui mais quatro unidades na mesma cidade. Essas instalações compreendem três penitenciárias e um centro de progressão. Entre elas, a P1 Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier é destinada à custódia de detentas ilustres como Suzane Richthofen, Elize Matsunaga e Ana Carolina Jatobá.

O acidente

Fernando Sastre de Andrade Filho causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, ao bater na traseira do carro dele em 31 de março. A promotora Monique Ratton sustentou em denúncia que o empresário consumiu álcool antes de dirigir e causar o acidente. Em entrevista à TV Globo e gravada antes da prisão decretada, Fernando disse “só ter bebido água”.

Fernando Sastre de Andrade Filho também deu a versão dele a respeito da ida da mãe dele, Daniela Cristina de Medeiros Andrade. Ele afirma que permaneceram no local por mais de 1h e que, depois em casa, teve um descontrole que exigiu o uso de medicação.

De acordo com a perícia, o Porsche 911 de Fernando estava a 114 km/h o momento da batida. O automóvel chegou a alcançar 156 km/h numa avenida da Zona Leste de São Paulo que tem um limite regulamentar de 50 km/h. Fernando Sastre de Andrade Filho afirmou que não tinha percebido que estava na velocidade apontada pela perícia.

Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no carro de luxo com Fernando, teve alta após voltar a ser internado em São Paulo. Segundo informações da defesa de Marcus Vinicius, o motivo da internação foi uma complicação decorrente da cirurgia de retirada do baço.  Em depoimento, ele contrariou a versão do empresário ao dizer que o amigo tinha consumido bebida alcoólica antes de dirigir naquela noite. 
 

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.