Polícia Federal realiza operação contra tráfico de mulheres em São José dos Campos

As investigações identificaram 10 vítimas de uma falsa agência de modelos

Redação Band Vale

Polícia Federal realiza operação contra tráfico de mulheres em São José dos Campos
Divulgação/ PF

A Polícia Federal realizou na manhã desta quarta-feira (18), uma operação contra o tráfico internacional de mulheres para fins de exploração sexual, em São José dos Campos. As investigações identificaram 10 vítimas de uma falsa agência de modelos.

Segundo a PF, a operação “Catwalk”, tem o objeto de apurar o crime de tráfico de mulheres praticado por uma organização criminosa. Além do cumprimento dos mandados judiciais, houve também, medidas cautelares, apreensão de passaportes, proibição de novas emissões de documentos de viagem e o sequestro de bens. 

De acordo com as informações da polícia, a investigação teve início a partir da denúncia da mãe de uma das vítimas, candidata ao trabalho oferecido por uma falsa agência de modelos, do Rio de Janeiro. A falsa empresa selecionava garotas jovens com um perfil específico e prometia vagas de trabalho como modelo no exterior. 

Durante as investigações, foi apurado que as vítimas tinham o passaporte retido pela falsa empresa e eram levadas para Dubai, onde permaneciam até que houvesse nova seleção. Se fossem aprovadas seguiam para a Arábia Saudita, Estados Unidos e também para países europeus e asiáticos, onde permaneciam por até 180 dias.

Elas eram mantidas em regime de exploração sexual mediante fraude, coação contratual e exploração de vulneráveis. Em território estrangeiro, as vítimas não tinham nenhum tipo de liberdade e todo movimento era monitorado. 

Elas recebiam uma vida de aparente conforto e luxo material durante o período em que eram exploradas. Algumas garotas eram incentivadas a postar em suas redes sociais as imagens da vida de luxo em que estavam. Isso era feito com a finalidade de aliciar novas vítimas para o esquema criminoso.

O contrato feito entre agência e as garotas continham cláusulas abusivas, como a previsão de multas milionárias e a exigência de exame de DST. As investigações identificaram 10 vítimas e também que o movimento da falsa agência de modelos girava em torno de dezenas de mulheres enviadas todos os meses. 

Além disso, foi apontado que houve pelo menos um caso de ameaça e efetiva agressão física contra uma das vítimas a fim de garantir o repasse das comissões pelas atividades sexuais, que chegavam a 60%. Os financiadores faziam os depósitos em criptomoedas para dificultar serem identificados.

A ação da Policia Federal conseguiu interceptar o envio da filha da pessoa que denunciou o esquema criminoso.

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