A Polícia Civil de São Paulo informou nesta segunda-feira (13) que as investigações sobre o atentado ocorrido no Assentamento Olga Benário, em Tremembé, estão avançadas. Segundo a corporação, os trabalhos incluem a identificação de outros agressores e dos mandantes do crime.
"Trabalhamos em diversas frentes de investigação, incluindo a identificação dos demais agressores e dos mandantes do crime. Está tudo muito avançado, e as informações sobre o paradeiro do Ítalo estão sendo todas checadas", afirmou um porta-voz da polícia.
Paralelamente, a Polícia Federal também abriu um inquérito para investigar o caso, atendendo a um pedido do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O atentado, ocorrido na última sexta-feira (10), resultou na morte de dois homens, Gleison Barbosa Carvalho, de 28 anos, e Valdir do Nascimento, de 53, líder do assentamento, além de deixar cinco feridos.
Apoio às famílias
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) enviou uma equipe do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) ao local. A missão, realizada em parceria com lideranças do MST, busca oferecer apoio às famílias, avaliar os riscos das pessoas envolvidas e desenvolver um plano de proteção individual e coletivo.
Prisão de suspeito
A Polícia Civil já prendeu um suspeito identificado como mandante do crime, conhecido como "Nero". Ele teve a prisão temporária decretada no domingo (12) e está detido no Centro de Triagem. Outro suspeito, com mandado de prisão expedido, segue foragido. O caso segue sob investigação conjunta entre Polícia Civil e Polícia Federal.
O MST declarou que o assentamento é alvo de conflitos relacionados à especulação imobiliária para turismo de lazer e que as famílias enfrentam ameaças frequentes. Diversas denúncias já foram encaminhadas às autoridades, mas o movimento destaca que o problema persiste há anos.
Atentado no assentamento do MST em Tremembé
Segundo o boletim de ocorrência, os criminosos chegaram em cinco carros e três motos e dispararam contra as pessoas que estavam no local. O caso foi no assentamento Olga Benário. Gleison Barbosa Carvalho, de 28 anos, e Valdir do Nascimento, de 53, que era líder do assentamento, foram mortos no local. Outras cinco pessoas ficaram feridas e seguem internadas
Ainda de acordo com a polícia, o crime aconteceu por motivos de disputa pela compra de um terreno. No sábado à noite, a Seccional de Taubaté confirmou a prisão do suposto mandante do crime, conhecido como "Nero".
No domingo, ele teve a prisão temporária decretada e estava preso no Centro de Triagem. O suposto mandante já tinha passagens policiais por porte ilegal de arma de fogo. No domingo, a Justiça decretou a prisão temporária do segundo suspeito de envolvimento no atentado. Ele ainda não foi localizado.
As vítimas foram veladas no domingo de manhã no cemitério municipal de Tremembé. À tarde, os homens foram ser cremados no Memorial Sagrada Família. O ministro Paulo Teixeira e a ministra de Direitos Humanos, Macaé Evaristo, participaram do velório. Segundo a ministra, o programa de proteção de direitos humanos e ambientais vai começar a ouvir hoje as famílias do assentamento. A equipe do MDHC está montando a agendar das visitas com o MST. Essa informação ainda será divulgada.
Segundo o MST, há anos o assentamento Olga Benário é alvo de uma disputa imobiliária para o turismo de lazer. O movimento disse que as famílias que vivem no local sofrem ameaças e que diversas denúncias já foram feitas.