Enquanto o Vale do Paraíba segue num movimento de saída das grandes indústrias, uma cidade da região vem registrando consecutivas altas no setor. Pindamonhangaba está entre as 10 maiores cidades exportadoras do estado de São Paulo.
Só nos sete primeiros meses do ano, o município exportou mais de US$1 bilhão, segundo dados do ministério da economia. O número representa crescimento de 157% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Espanha, Argentina, Estados Unidos, República Dominicana, China e Índia, são os países que mais fecharam negócios com empresas da cidade. Dentre as três maiores exportadoras, estão indústrias do ramo metalúrgico.
Francisco Carvalho, diretor de operações de uma fabricante de latas de alumínio, responsável por 60% do abastecimento do material no Brasil, comenta sobre o crescimento do mercado:
“Nossas exportações cresceram em 66%. Isso é puxado pelo crescimento dos nossos clientes aqui na região, como a China, Argentina e Colômbia. A medida que os nosso clientes cresceram nessas regiões, as nossas exportações também cresceram, para acompanhar essa demanda. A gente prevê que esse ano tenha um potencial ainda de 96 mil toneladas em exportações.”
Entre os municípios da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, Pindamonhangaba é a quarta cidade que mais exportou este ano, atrás de Ilhabela e São Sebastião, que são potencializadas pela exploração de petróleo, e de São José dos Campos, cidade mais populosa da região.
A alta na exportação trouxe números positivos também na geração de empregos. Só neste ano foram abertas mais de duas mil vagas no setor, segundo o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). E se tem mais emprego e renda, tem mais arrecadação para o município, como detalha o prefeito de Pindamonhangaba, Isael Domingues.
“Tínhamos uma expectativa da prefeitura receber R$621 milhões no ano, no orçamento que fizemos de 2021 para 2022, e nós devemos superar mais de R$200 milhões a mais para 2023. O setor industrial, os maiores, que são os de laminados e também do óleo bruto. Quando joga esse número pra cima, além do ICM que aumenta, a gente também gera empregabilidade, muito dinheiro pela cidade e muito atrativo para os comércios. Um setor acaba impulsionando o outro.”
Ainda de acordo com o prefeito, esses números devem crescer mais até o final do ano, já que existe a expectativa da chegada de novas empresas e das expansões das que já estão instaladas na cidade.
“Nós temos a expansão da Novelis, que já teve um aumento grande. A Novelis começou com um investimento de R$750 milhões, depois teve a segunda etapa com R$450 milhões. A gente está prevendo para 2023 a expansão de R$3 bilhões de reais. Tem o Grupo Simec que está com investimento de R$1,5 bilhões com uma duplicação. A gente tem uma expectativa, pelos nossos indicadores, que até o final de 2024, a gente ultrapasse o primeiro bilhão de real arrecadado no nosso orçamento.”