Você sabia que dia 26 de abril é dia do goleiro? Todo ano, uma das posições mais delicadas dentro das quatro linhas é homenageada por sua importância e responsabilidade. O futebol brasileiro fez fama internacional por atacantes geniais, mas os heróis de luvas costumam ser menos lembrados na história do futebol.
Dida
- 68 gols em 90 jogos com a Seleção
O goleiro dida é uma lenda do futebol. Seu histórico é impressionante, tanto na seleção brasileira, quanto nos clubes que defendeu. Com 1,96m de altura, Dida fez fama por sua técnica impecável e frieza, qualidades que o tornaram temível em momentos como disputa de pênaltis. Dida disputou as Copas do Mundo de 1998, 2002 e 2006, além de deixar sua marca, tanto nos clubes nacionais quanto europeus.
Baiano de Irará, Dida iniciou sua carreira em 1994, no Cruzeiro. Lá, jogou até 1998, sofrendo 278 gols em 304 jogos. Foi também o clube onde mais ganhou títulos: quatro Campeonatos Mineiros, Copa Ouro, Copa Master, Copa do Brasil e Libertadores, em 1997. Ainda no Brasil, defendeu o Vitória, o Corinthians, a Portuguesa, o Internacional e o Grêmio. Na Itália, defendeu o Milan. Dida foi também o primeiro goleiro negro a defender a Seleção Brasileira desde Barbosa, em 1950.
Taffarel
- 73 gols em 108 jogos com a Seleção
Não é à toa que Cláudio Taffarel aparece como melhor goleiro da história por voto popular, na página do Globo Esporte. Afinal, quem apostou na vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1994, teve Taffarel como fiador da aposta. A atuação de Taffarel na final contra a Itália foi decisiva até o último minuto. Na desgastante disputa de pênaltis, Taffarel defendeu dois chutes, acabando de vez com as chances da temida Itália.
Taffarel apresentou excelente performance durante toda a disputa, em 1994. Sofreu apenas um gol na fase de grupos, passando cinco jogos sem sofrer nenhum. O gaúcho também disputou a Copa de 90, na Itália, e a de 98, na França. Antes disso, já havia vencido a CONMEBOL, em 1989 e venceu outra vez, em 1997. Uma promessa desde cedo, Taffarel venceu também a Copa do Mundo Juvenil da FIFA, (1985), na antiga União Soviética.
Júlio César
- 18 gols em 12 jogos com a Seleção
A carreira de Júlio César teve seus altos e baixos. Na Copa de 2014, era ele quem estava no gol no fatídico 7x1 contra a Alemanha. No jogo seguinte, levou mais três gols da Holanda numa derrota por 3x0 que de alguma forma, pareceu menos humilhante do que a derrota para Alemanha. Aliás, na Copa do Mundo de 2014, Júlio César bateu um recorde infame: 14 gols em 7 jogos, tornando-se o goleiro mais vazado da história da Seleção Brasileira.
Apesar do histórico ruim com a camisa canarinho, Júlio César foi também aclamado. Em 2013, Julio Cesar foi eleito o melhor goleiro da Copa das Confederações. Vale lembrar também que Júlio César compõe a lista de maiores goleiros do século, publicada pela FourFourTwo, sendo o único não-europeu deste ranking.
Gylmar
- 104 gols sofridos em 103 jogos com a Seleção
Gylmar dos Santos Neves é o único goleiro brasileiro da história a ganhar duas Copas do Mundo: 1958 e 1962. Por este motivo, é considerado por muitos o melhor de todos os tempos. Além das Copas, Gylmar também ganhou a antiga Taça Oswaldo Cruz cinco vezes, três vezes a Copa Roca e duas vezes a Taça Atlântico.
Gylmar venceu ainda o IV Centenário, com o Corinthians, em 1954. No Santos, participou da conquista da Taça Libertadores (1962) e Mundial Interclubes (1963). Gylmar pendurou as chuteiras em 1969.
Emerson Leão
- 64 gols sofridos em 104 com a Seleção
Emerson Leão, ou simplesmente Leão, disputou três Copas do Mundo como goleiro e uma, como técnico. Como goleiro, defendeu o Brasil nas Copas de 1970, 1974 e 1978. Com uma média de gols impressionante, Leão era também bastante carismático e querido pela torcida. Iniciou sua carreira com uma breve passagem pelo Comercial, de São Paulo. Porém, logo foi comprado pelo Palmeiras, time onde fez sua fama logo no começo.
Com o Palmeiras, venceu o Campeonato Paulista três vezes e duas vezes o Campeonato Brasileiro. Seu talento levou-o a defender a Seleção Brasileira no tricampeonato da Copa do Mundo de 1970, com 20 anos de idade. Em 1978, depois de disputar a Copa do Mundo pela terceira vez, Leão foi comprado pelo Vasco, onde foi campeão brasileiro mais uma vez, em 1981.
Leão também foi técnico do Sport em 2000, um time então decadente. No mesmo ano, assumiu a Seleção Brasileira, acumulando ambos os cargos até o final daquele ano. Em sua rápida participação na CBF, Leão protagonizou momentos polêmicos, como barrar a escalação de Rivaldo, Roberto Carlos e Cafu. À frente do Santos, disputou jogos decisivos, sendo vice-campeão da Taça Libertadores e do Campeonato Brasileiro, ambos em 2003.
Barbosa
- 22 gols em 22 jogos
Moacir Barbosa Nascimento, paulista de nascença, defendeu o Vasco da Gama durante boa parte da sua carreira. Seu bom desempenho na Cruz de Malta rendeu a ele uma vaga na equipe que disputaria a Copa do Mundo de 1950, no Brasil. Na final, o Brasil enfrentou o Uruguai num episódio que marcou para sempre a carreira de um goleiro até então querido por todos.
O jogo seguia empatado (1x1), resultado que favoreceria o Brasil. No final do segundo tempo, um chute improvável e sem ângulo de Ghiggia entrou pelo canto esquerdo, numa falha que definiria, de forma completamente injusta, a carreira de Barbosa. Barbosa vinha tendo um bom desempenho até ali, sofrendo apenas quatro gols em cinco jogos na disputa. Já no fim da vida, Barbosa afirmava, amargurado, pagar há mais de 40 anos por um crime que não cometeu.
Félix
- 37 gols sofridos em 47 jogos com a Seleção
Félix Mielli Venerando nasceu em São Paulo e iniciou sua carreira por lá, no Nacional AC. Passou ainda por outros clubes menores, até chegar na Portuguesa e mais tarde, no Fluminense. Félix fez parte de um dia histórico na Seleção Brasileira. O dia 21 de novembro de 1965 ficou marcado como o dia em que o Brasil enfrentou duas seleções europeias no mesmo dia. Para o evento, foram escaladas duas “Seleções”, uma defendida por Félix e outra por Manga.
Félix também disputou a Copa de 1970 e teve uma participação no jogo contra a Inglaterra. Mesmo assim, foi perseguido pelo resto da carreira por frases como “o Brasil ganhou a Copa de 70 apesar do Félix”. No fim da vida, Félix dizia se sentir como Barbosa, sendo que um foi criticado porque perdeu a Copa, enquanto ele foi criticado mesmo ganhando.
Carlos José Castilho
- Média de 1,12 gols sofridos por partida em 12 anos na Seleção
Carlos José Castilho começou a carreira no Olaria, mas passou a maior parte da sua carreira no Fluminense. Lá, ganhou o apelido de “São Castilho”, por suas defesas “milagrosas”. Castilho orgulhava-se da marca de 255 jogos sem sofrer nenhum gol. Com o tricolor carioca, disputou 702 jogos e sofreu 808 gols; uma média semelhante à apresentada com a camisa canarinho. Sua atuação no futebol carioca colocou-o nas conquistas da Copa do Mundo de 1958 e 1962
Marcos
- 24 gols sofridos em 29 jogos com a Seleção
Marcos nasceu no interior paulista e fez a maior parte da sua carreira defendendo a meta do Palmeiras. Sem dúvida, é um dos goleiros brasileiros mais premiados dos últimos tempos. Defendeu o Brasil na conquista da Copa América (1999), na Copa do Mundo (2002), e na Copa das Confederações (2005).
Na Copa América, ganhou também o título de Melhor Jogador, Jogador Revelação e Melhor Jogador da Final. Na conquista do penta, foi considerado o terceiro melhor goleiro da competição. Sua qualidade na frente do gol também lhe rendeu o apelido de “São Marcos”.
Alisson Becker
- 23 gols sofridos em 61 jogos
Alisson Becker disputou as Copas de 2018 e 2022. Atualmente, defende o Liverpool. Curiosamente, começou sua carreira em outra equipe colorada, o Internacional, em 2014. No ano seguinte, chegou na semifinal da Libertadores. Em 2016, teve seu passe comprado pelo Roma, em uma transação de R$ 32,5 milhões. Na meta do Liverpool, foi campeão da Champions League, em 2019. Pela sua atuação no torneio, Alisson Becker recebeu da FIFA o título de Melhor Goleiro do Mundo.