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Onda de inaugurações da OAB-MG gera debate entre advogados

Com um alto investimento, o edifício de 13 andares é mais que um escritório simples; é uma estrutura que busca otimizar os serviços das duas entidades

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OAB - MG
Divulgação

Nos últimos meses, a Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG) tem estado no centro das atenções devido a uma série de inaugurações de novas sedes na capital do estado, Belo Horizonte, e em diversas cidades do interior do estado.

Vem gerando debate entre os advogados da ordem a relação entre as várias inaugurações e a proximidade das eleições para a presidência da instituição. 

Sob a gestão de Sérgio Leonardo, que tinha anunciado sua candidatura para a reeleição e desistiu em favor de Gustavo Chalfun, presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais (CAAMG), a expansão da infraestrutura da Ordem é apresentada como um marco de modernização e descentralização dos serviços aos advogados em todo o estado.

No entanto, muitos têm apontado para o timing dessas inaugurações, questionando se há um componente estratégico ligado ao processo eleitoral.

A nova sede de Belo Horizonte

A recente apresentação da nova sede da OAB-MG em Belo Horizonte, em parceria com a CAAMG, é o ponto alto de uma série de obras que foram realizadas pela gestão de Sérgio. 

Com um alto investimento, o edifício de 13 andares é mais que um escritório simples; é uma estrutura que busca otimizar os serviços das duas entidades.

Com espaços modernos, dois andares destinados à convivência, restaurantes e serviços integrados, a nova sede é vista por muitos como um avanço significativo, mas que chegou em um momento oportuno para a situação. 

O vulcão do investimento chamou atenção dos mais atentos ao período eleitoral da OAB-MG, que começa na metade do próximo mês e dura até meio de novembro.

Existe o temor em alguns que o grande volume de inaugurações seja utilizado como uma estratégia para promover o candidato Chalfun, da situação.

Eleições regionais da OAB já se movimentam

As eleições da OAB-MG, junto das grandes regionais do Rio de Janeiro e São Paulo, tem atraído atenções pela importância que representa para a eleição da OAB Nacional. 

Raimundo Cândido Neto, sobrinho de um ex-presidente da instituição, surge como o nome da oposição e é um desafio real ao domínio que o grupo de Sérgio Leonardo exerceu nos últimos anos. Se tivesse permanecido na disputa, Sérgio era tido como um nome difícil a se bater dentro da Ordem.

Diante de uma eleição que promete ser acirrada, alguns advogados defendem as inaugurações como uma tentativa da gestão atual de garantir votos. Nos últimos meses, vários setores do interior do estado passaram a contar com novas sedes, em eventos amplamente divulgados. Para advogados críticos à gestão atual, há a percepção de que essas entregas visam ganhar mais visibilidade. 

Já para os advogados alinhados com a situação, o cronograma de inaugurações não está ligado com o período eleitoral da Ordem e representam uma boa vontade institucional em entregar bons resultados.

Novo formato para as eleições da OAB

Este ano há outra novidade que chama a atenção: pela vez, as eleições serão realizadas de maneira totalmente online. O uso de plataformas digitais para um processo eleitoral dessa magnitude, com mais de 400 mil advogados aptos a votar, marca uma mudança significativa na forma como a OAB se organiza. Essa modernização traz desafios técnicos e logísticos, exigindo que as empresas contratadas para gerenciar o processo garantam segurança e transparência.

Desde março, a OAB iniciou o credenciamento de empresas especializadas para conduzir essas eleições digitais. O processo incluiu uma série de critérios rigorosos, como a conformidade com as normas de segurança da ICP-Brasil, mecanismos de autenticação por biometria e certificados digitais, além de redundâncias tecnológicas para evitar falhas.

A expectativa é que o modelo digital traga mais praticidade, mas também há o temor de que essa inovação possa criar dificuldades ou gerar desconfiança entre parte dos candidatos, acostumados com o voto presencial.

Por Sérgio Leonardo, presidente da OAB MG

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