O Ministério Público disse ser “inviável” o pedido de Ronnie Lessa para fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O pedido da defesa de Lessa foi apresentado no dia 25 de outubro, mas ainda aguarda decisão judicial.
Em manifestação assinada pela promotora de Justiça Mary Ann Gomes Nardo, o MP argumentou que não há vagas disponíveis na unidade prisional para a realização do exame, além de destacar a necessidade de preservar a integridade física de Lessa.
A manifestação contrária do Ministério Público se baseia em informações de um relatório feito pelo diretor técnico da P1, presídio onde o assassino da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes está preso.
Segundo o relatório, é inviável a realização da prova por conta das medidas de segurança e que, quando o pedido da defesa de Lessa foi feito, o prazo para inscrição na prova já havia se encerrado. Além disso, as 150 vagas na unidade já haviam sido preenchidas.
Até o momento, não há uma conclusão se Ronnie Lessa poderá ou não fazer a prova do Enem.
Condenado a 78 anos de prisão
O ex-policial militar que confessou o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi condenado pelo Tribunal do Júri, decisão que saiu nesta quinta-feira (31), no segundo dia de julgamento. Ele foi condenado a 78 anos de prisão.
Dez pessoas prestaram depoimento sobre o caso, entre elas o próprio Ronnie Lessa. Ele disse que iria receber R$25 milhões pelo assassinato da parlamentar. Lessa ainda deu detalhes sobre como o crime foi planejado e disse que a morte foi encomendada porque Marielle estaria atrapalhando um esquema de loteamento de imóveis de milicianos.
Transferência para a P1
Preso desde 2019, acusado de participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM pode agora receber visitas. Lessa chegou à penitenciária na tarde de 20 de junho de 2024, após ser transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande na manhã do mesmo dia. A transferência foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido da defesa de Lessa.
Chegada na P1 marcada por “salve” do PCC
Uma facção criminosa já teria ordenado a morte de Ronnie Lessa. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), que enviou ofícios a diversas autoridades, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e o Secretário de Administração Penitenciária, Marcelo Streinfinger, solicitando a reavaliação da transferência de Ronnie Lessa para a Penitenciária 1 de Tremembé.
O pedido do sindicato baseia-se em denúncias recebidas que indicam um risco iminente de segurança tanto para Lessa quanto para os policiais penais e demais servidores da unidade. Segundo informações recebidas pelo Sifuspesp por e-mail, uma facção teria ordenado a execução de Lessa. A denúncia também menciona que o líder dessa facção na unidade solicitou sua transferência.
“Cadeia dos Famosos”
A penitenciária 2 é conhecida nacionalmente por abrigar detento de casos de grande repercussão. A transferência de detentos para Tremembé visa garantir a segurança e a privacidade dos prisioneiros. Os procedimentos e o tratamento dos presos são os mesmos aplicados em outras unidades do estado de São Paulo, com a diferença no perfil dos detentos nessas unidades, com o intuito de prevenir conflitos.
Quem são os presos na "cadeia dos famosos"
Thiago Brennand foi o último detento de grande notoriedade que chegou na penitenciária. Além dele, o ex-jogador de futebol Robinho está preso na Penitenciária 2 (P2) há três meses. Robinho cumpre pena de nove anos de prisão por um estupro cometido na Itália.
Fernando Sastre, empresário e motorista de um Porsche acusado de provocar um acidente fatal em São Paulo no dia 31 de março, também está preso na P2 desde maio. A lista também conta com Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar a namorada Eloá Pimentel, em outubro de 2008. Antes de matar a adolescente, que na época tinha 15 anos, ele a fez de refém por mais de 100 horas em um apartamento na cidade de Santo André. Lindemberg foi condenado a 39 anos de prisão.
Outro preso famoso é Christian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão após assassinar Manfred e Marísia Richthofen, pais da ex-cunhada Suzane, em outubro de 2002.