Um militar do Exército Brasileiro foi preso nesta segunda-feira (21), em Taubaté (SP), como parte da Operação Overlord, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de Santa Catarina. A operação visa desarticular uma organização extremista investigada por promover discursos de ódio, antissemitismo e planejar atos violentos em várias regiões do país.
O militar, que atuava como praça temporário, é suspeito de participar ativamente de encontros neonazistas e possuir conhecimento avançado em táticas de combate, o que aumenta o risco associado à sua participação no grupo. Segundo as investigações, o grupo se autodenominava skinheads neonazistas e promovia ideologias de supremacia branca, com apologia ao nazismo.
As investigações continuam, com o objetivo de identificar outros membros do grupo e desmantelar suas atividades. A Operação Overlord recebeu seu nome em referência à ofensiva aliada na Segunda Guerra Mundial, simbolizando a luta contra ideologias nazistas e extremistas que ameaçam a democracia e a harmonia social.
O que diz o Exército Brasileiro
"O Comando Militar do Sudeste (CMSE) informa que um militar temporário do Exército Brasileiro (Cabo) foi preso na manhã desta segunda-feira (21/10), durante a Operação OVERLORD, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), de Santa Catarina. Todas as medidas administrativas cabíveis foram tomadas e o Exército está colaborando com a Justiça para a elucidação dos fatos. O militar permanecerá preso, a disposição da Justiça, nas instalações do Comando de Aviação do Exército, em Taubaté/SP. O Exército Brasileiro não admite condutas ilícitas por parte dos seus integrantes, que afrontem os valores e princípios, sustentáculos da profissão militar. "
Operação Overlord: alvos em cinco estados
A operação cumpriu mandados em cinco estados: Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Sergipe e Rio Grande do Sul. Em Taubaté, o militar foi detido após a Polícia Civil cumprir um mandado de busca e apreensão. Além dele, outras três pessoas foram presas em diferentes localidades do Brasil.
As investigações revelaram que o grupo extremista organizava eventos neonazistas e mantinha uma banda que se apresentava em diversos encontros, onde bandeiras com suásticas eram exibidas e discursos de ódio eram propagados. Além disso, foi identificado que o grupo realizava cerimônias de "batismo" para novos membros, reforçando a coesão interna e sua ideologia violenta.
Envolvimento em homicídio e cooperação internacional
Um dos suspeitos presos durante a operação também é investigado por envolvimento em um homicídio ocorrido em 2011, quando um jovem do movimento punk foi assassinado por motivações ideológicas. A operação contou com a colaboração do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Embaixada dos Estados Unidos e de outros órgãos de segurança.